terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Incongruências


Numa relação há que haver confiança. Extrema confiança! Há que haver cumplicidade. Extrema cumplicidade! Há que haver respeito. Extremo respeito. Há que haver certeza absoluta de onde são e para onde vão, os dois, juntos! Há que haver sintonia no olhar, nos gestos, nos sorrisos, nas lágrimas, nos abraços, nos beijos, no querer estar, no querer ficar, no querer ir. Há que haver sintonia nos problemas, nas alegrias, nas vitórias, nas derrotas, nos medos, nas inseguranças, nas incertezas que assombram como fantasmas. Há que haver genuinidade extrema quando se diz: «amo-te!», «quero-te!», «tenho saudades tuas!», «és a pessoa da minha vida!». Há que haver. Há que haver senão, senão as palavras ficam perdidas, soltas na atmosfera, pois não há sustentabilidade para que elas permaneçam firmes e hirtas para irem na direcção que deveriam de ir, ao coração, aos sentidos, aos ouvidos a quem lhe cabe. Não vão. Não vão, pois batem na trave. E de tanto baterem na trave acabam por corromper a esperança de que tudo iria resultar. Vai corromper os sentimentos existentes. Sentimentos existentes. Vai corromper a vontade de estar e continuar, lado a lado. Afinal, não há, nunca houve lado a lado. Não nestas circunstâncias. Houve sim uma grande ilusão. Uma grande penumbra de sentimentos. Afinal a caixa de pandora sempre se permaneceu fechada, quiçá entreaberta, mas nunca escancarada como parecia estar. Como deveria de estar, sempre, desde o início. Afinal houve claramente deturpações de factos, de acções. Houve incongruências fatais e irrefutáveis. Houve... Numa relação há que haver confiança. Extrema confiança. Há que haver cumplicidade. Extrema cumplicidade. Há que haver respeito. Extremo respeito.

Engane-se quem pense em começar alguma relação, quiçá tentar manter se não houver estes ingredientes. Porque se para fazer um bolo é necessário fermento para que o bolo cresça, numa relação, a confiança, a cumplicidade e o respeito são o fermento necessário para crescer. Engane-se quem pense em começar uma relação sem eles. Engane-se quem pense. Engane-se. 

22 comentários:

  1. Concordo contigo. Esses são de facto, ingredientes fundamentais numa relação. Para além do amor, claro. Mas também acho que esses ingredientes se vão construindo e consolidando ao longo da relação e não surgem, de forma imediata, no seu início. Sobretudo a confiança e a cumplicidade... Gostei muito do texto, mais uma vez :) Um beijinho

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  2. "Numa relação há que haver confiança. Extrema confiança! Há que haver cumplicidade. Extrema cumplicidade! Há que haver respeito. Extremo respeito. Há que haver certeza absoluta de onde são e para onde vão, os dois, juntos..."

    Eis o segredo dos meus 25 anos de casada.

    Beijo

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  3. diria mesmo que são esses os ingredientes chaves para que o "bolo" cresca

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  4. Sem dúvida...
    ...e quando se encontra essa cumplicidade, é bom fazer TUDO, mas mesmo TUDO para a manter.
    Porque muitas vezes devemos abdicar do EU para que o NÓS tenha uma hipótese de existir...


    :)

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  5. "Diz-me", e muito bem, António Lobo Antunes:
    " As pessoas são como os arco-íris. Nós nunca nos entendemos nas sete cores, mas se nos entendermos em três ou quatro já é muito bom. Um casamento no fundo é isto. São pessoas que são capazes, um homem e uma mulher, de se entenderem em quatro ou cinco cores. Isto é excepcional. É nessas cores que nos são comuns que nós temos que viver e respeitar as cores diferentes um do outro ".

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  6. E por vezes há quem confuda cumplicidade com perda de personalidade!

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  7. Olá! Mesmo isso! e vem mesmo a calhar, posso "roubar"?! beijinhos

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  8. Helena,

    Obrigada! ;)

    Ni,

    Que venham mais 25! :D

    Maria,

    ;)

    Ulisses,

    Sim, com as tais cedências que vão surgindo ao longo do percurso. ;)

    Yellow,

    Sempre com comentários e analogias que me tocam. Obrigada! ;)

    Enfant,

    Quem?! Quem está dentro ou quem está de fora? ;)

    Mel,

    Bem-vinda antes de mais! ;)

    Se te identificas com as minhas palavras, sim, podes levar. :)

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  9. Subscrevo na integra! Pena que a maioria das pessoas não pense assim...

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  10. Não tenho mais nada a acrescentar! Assino por baixo!
    :-))

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  11. Adorei o texto! Concordo com todas as tuas palavras:)
    R: Obrigada, não conhecia esse:)

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  12. Concordo a 100%, sem mudar qualquer coisa que tenhas escrito. *****

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  13. Concordo inteiramente contigo. ;)

    bjs

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  14. Mas por vezes precipitamo-nos. Achamos que as coisas não são bem assim, que não estamos a avaliar bem. Por vezes pensamos demasiado.

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  15. Para mim, estar relaxada e confiante de que sou amada é essencial.

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  16. Por mil e uma razões sou uma pessoa super desconfiada e confiar a 100% é muito complicado para mim... algo(uém) quebrou isso em mim. Um restauro que não vai de um dia para o outro e o meu marido sabe e compreende... há que me aceitar como sou... até mesmo com esta grande falha :(

    Mas compreendo e sinto cada uma destas tuas palavras!

    Um beijo muito doce xxxx

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  17. O fim do teu texto diz tudo ... é necessário que cresça, é necessário dar tempo para que tudo se desenvolva. A cumplicidade é algo que vamos construindo e quando esta é forte basta um olhar para perceber o que o outro quer :)

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  18. Respeito e confiança acima de tudo, o resto vem por acréscimo e faz parte! E é tão bom e eu adoro ler-te!

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  19. Eu diria que a confiança é o fermento do bolo.

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  20. Gata,

    Existem algumas, sim. ;)

    Katie, Alessia, Palavra, Suri, Maia, Inês,

    ;)

    Vee,

    Depende dos factos apresentados. Depende, essencialmente... ;)

    S*,

    Humm... relaxada demais também não é bom, porque não podemos ter a certeza que tudo é dado como adequerido. É que depois quando as surpresas chegam, nem sabemos como nem porquê. Porque lá está, estamos tão relaxados... ;)

    Paula,

    Também compreendi o que me passaste. ;)

    Vicio,

    Quando ambas as pessoas deixam que as coisas fluam para esse fim, sim. .)

    Sónica,

    Oh, agora deixaste-me sem jeito. Obrigada querida! ;)

    Tanita,

    Também, também. ;)

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