segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Politiquices


Ouvi e ri-me. Ri-me como me tenho rido sempre que tenho ouvido tal lenga-lenga. Sim, já se tornou uma lenga-lenga, conversa para boi dormir, narração do Capuchinho vermelho e do lobo mau e outras fábulas que tais...

José António Seguro, líder do PS, quer maioria absoluta. Quer... e só me lembro - escrevo nos últimos para não me alongar muito - que o Sócrates também queria e teve, e foi o que foi...
O Passos Coelho também queria, não teve, mas é o que é...
E só me vem à mente «quem é que tem ainda o ímpeto de ir às urnas e votar em alguém? Quem é que ainda vai querer dar mais ferramentas para que a máquina - entenda-se país - desligue-se que vez?» 

Não voto. A alguns anos que não faço. Sei o que antecede. Abstenho-me de consciência. Há quem chame o acto abster-se de protesto. Há quem chame o acto abster-se de «estou-me a cagar». No entanto, não é uma coisa nem outra. Abstenho-me porque simplesmente não tenho acreditado nas pessoas que já estão no governo e as que vão para o mesmo. Porque ainda não houve alguém, genuíno, que fosse para o governo em prol do país e não em prol dos seus benefícios particulares. Não houve alguém com "eles" ou "elas" no sítio e que fizesse com que todos os que tem feito todos os desmandos e mais alguns para que o país esteja como está pagasse! Não houve ainda ninguém que desse o exemplo. Não houve ninguém que fizesse justiça. Não houve ninguém que mostrasse efectivamente que vale a pena acreditar nas fantásticas promessas feitas.
Oh, porem todos os cidadãos a pagarem por decisões alheias, gastos alheios, erros cometidos gravíssimos, enfim, é o caminho mais fácil e ingrato. Ingrato para quem não é dito nem achado. E vê-se tantas injustiças, tantas...
 Pôr os olhos na Islândia, não? No sentido de que houve efectivamente pessoas com "eles" no sítio, e que puseram quem tinha posto de facto o país na banca rota na cadeia. O povo não teve que arcar com responsabilidades alheias, com os erros alheios. Disseram não à troika e eles, à sua maneira, acreditaram nas suas próprias potencialidades e reergueram o país, produzindo. Hoje em dia, ouve-se falar da Islândia? Ouve-se falar que estão assim ou assado? Não me consta.
E nós, portugueses? Continuamos a marcar passo. Continuamos a acreditar naquelas promessas que se formos fazer uma retrospecção é tudo igual aos anteriores. Continuamos a acreditar nos discursos eloquentes. Mas eles são todos iguais! Só muda a cor do fato. E isso nota-se na postura. Nota-se no tal discurso. Está tudo escarrapachado nas entrelinhas de cada ser que pára de para-quedas no poleiro deste país. Basta as pessoas olharem com olhos de ver e não com vendas e com ilusões estapafúrdias. Os tempos não estão para fantasias e esperas, não. O tempo urge! O tempo grita a plenos pulmões através do povo por acções reais e concretas!

17 comentários:

  1. Eu voto em branco para diferenciar dos dos dizem que nao votar e desinteresse. É muito facil ser mal interpretado. E quanto ao Seguro, e como os meninos. Ai da maioria ao menino. Ai o menino quer todos os votos. Dai votos ao menino... Apre com essa cambada. Boa semana Essencia. Beiji

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  2. Sei que a minha opinião tem poucos seguidores mas é algo em que acredito profundamente. O meu pai morreu por acreditar que os cidadãos tinha o direito/dever de definir o seu próprio futuro. Muitos, como ele, morreram para que hoje pudessemos estar aqui a escrever o que bem queremos e o que bem defendemos.

    Assim, eu voto sempre (nem que seja em branco) porque considero o voto um dever cívico. Aliás, sou das que defendo que quem não vota devia ser sancionado. Porque um cidadão não tem apenas direitos cívicos. Tem deveres. Um deles é o de votar.

    Beijo

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  3. Eu também não voto, custa-me a crer que isto mude para melhor, acho que quem vem para o poder, não faz nada de diferente dos que anteriormente lá estiveram.

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  4. Eu voto, no sentido em que me dirijo à mesa de voto para exercer um direito pelo qual os meus pais e avó lutaram. Mas não voto, no sentido de colocar uma cruz no partido A, B, ou C. Mas aproveito o boletim de voto para manifestar o meu desagrado e expressar a minha liberdade! :-)

    E tu não me fales na Finlândia, que eu - pobre alma nórdica desterrada num país pseudo-tropical! - ainda tenho um ataque de raiva e começo a arranhar a torto e a direito!

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  5. Realmente por aqui é quase tabu falar na Filândia, como se fosse possível mudar a mentalidade do povo Português e este começar a ter ideias de fazer o que os Filandeses fizeram e muito bem. Mas o nosso povo é de costumes, do vira o disco e toca o mesmo, de acreditar em conversas fiadas e parcas mentiras. É uma tristeza mas é verdade. O problema de Portugal é que a pouca justiça que existe não se aplica aos políticos aos ricos e poderosos, e enquanto isso pagamos todos pelos erros deles.
    Eu voto. Voto sempre. E com consciência.

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  6. As tuas palavras Essencia são sábias e puras e acredito em tudo o que dizes, eu sou da mesma opinião, todos eles andam em prol de algo e lutam sim pelos seus interesses e dos seus camaradas e dos amigos, acredita sei do que falo.
    Muito deles já nascem com a cabeça deita, e todas as promessas que fazem já muitos outros já os fizeram, eles é tipo lição estudada.

    Eu não voto, abstenho me há já alguns anos, não por estar a cagar como dizes, mas sim por não acreditar e continua a não acreditar, não temos ninguem capaz de dar a volta por cima

    Beijocas
    Boa semana

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  7. Eu voto em branco desde sempre, esse é o meu voto de protesto (embora a minha vontade fosse mesmo rega-los com gasolina e atirar um fósforo e como não sou racista, era a todos, da esquerda à direita sem excepção!) Creio que estás equivocada, creio que estás a querer referir-te à Islândia e não da Finlândia!

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  8. Eu voto, mas em branco. Está mais que visto que eles não fazem nada por Portugal, a não ser que Portugal só se resuma ao Parlamento...

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  9. Concordo contigo minha querida mas acho que o não votar não ajuda em muita coisa, mas o voto em branco, isso sim já marca a diferença.

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  10. Eu voto sempre em pequenos partidos com pouca relevância politica.

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  11. eu voto sempre, nem que seja em branco

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  12. O L'Enfant Terrible já alertou para o equívoco Finlândia/Islândia. Mas resta saber qual o preço que os islandeses irão pagar no futuro. Ainda hoje a Islândia foi notícia, a seu favor, numa ação movida pelos ingleses e pelos holandeses: irão eles aceitar de ânimo leve? Náaa, não me parece (os Argentinos, recentemente, tiveram um navio de guerra arrestado no Gana por causa de uma sentença judicial relativamente a uma dívida não paga pela Argentina, coisa nunca vista ao nível do direito internacional marítimo). No fundo, é o lado negro da economia.
    Contudo, dois assuntos dois papeis. Porque concordo plenamente contigo quando falamos de política. Isso faz-me lembrar um velho hit dos Legião Urbana (apesar das diferenças, geográficas e temporais, muito actual) aqui interpretado pelos Capital Inicial com uma brilhante introdução: F***-se! Que país é este?!
    http://www.youtube.com/watch?v=2KBlwISvs5M

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  13. Olá.
    Essência, gostei MUITO do que escreveste, mas acho que devemos votar sempre.
    Nunca faltei a uma eleição, há muitos anos atrás,talvez 20, e porque acreditei, votei PS, mas desde que percebi que isto era/é uma mina para todos estes políticos, desisti de votar PS e agora voto num partido de esquerda.
    Contudo, nas próximas eleições, votarei, porque é um dever meu, mas em branco.
    O Seguro tem ar de menino bem, daqueles que quer protagonismo à custa do país, como tem agora o PPC.
    Beijinho

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  14. Enfant e Yellow,

    Ops! Obrigada pela correcção! Ando a dormir na forma!

    Gostei de ler as perspectivas aqui deixadas. Entendo o vosso ponto de vista e agradeço as vossas chamadas de atenção com as vossas convicções, mas também tenho as minhas e, assim como já pensei como vocês ontem, hoje em dia, a descrença está a falar mais alto. Com isto não quero dizer que num amanhã volte a acreditar. Hoje ainda não.

    Abracinhos

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  15. Temos um presidente que divide os portugueses. Um Governo que nada tem para gerir senão um monte de dívidas. Uma oposição com o mesmo "cheiro" de sempre. E um povo mula de trabalho!

    É assim que vejo este país!

    beijo
    Sutra

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  16. Basicamente, a merda é a mesma e o cheiro é que muda.
    O seguro não é mais do que um Jota que foi subindo no partido por se chegar às pessoas certas, nada mais. E não quero um primeiro ministro assim, temos à vista o que deu em eleger um Jota para PM.
    O meu voto...vai passar a ser em branco. Decidi há algum tempo de deixar de contribuir para "a causa" dessas pessoas.

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