Fingir que se tem um orgasmo. Quando leio esta frase (e li vezes sem conta para poder escrever este post), sinto-a como uma aberração. Vai contra a essência de fazer amor. Ora, até do sexo puro e duro. Isto porque para existir tais momentos, é preciso os dois estarem em plena sintonia. E não, não me imagino em tal situação. Na minha mente é inconcebível ter algo com alguém só para fazer o jeito à pessoa. Para picar o ponto. Nada haver. Se tivermos estas noções, não há forma de acontecer algo diferente.
Por norma, os homens são mais disponíveis. Podem estar mortos de cansaço, mas se elas derem o sinal, não pensam duas vezes. Há outros que não conseguem ficar mais de dois dias sem sexo. Pois torna-se logo um drama! Torna-se um verdadeiro horror! Porque as crises existenciais, essas, saltam para a ribalta, que é como quem diz, para a mente. E talvez por haver homens que pensam assim, induzem inconscientemente para que este tipo de situação aconteça. A que a parceira finja um orgasmo. Atenção, não estou a desculpabilizar nada. Estou somente a tentar ver outras vertentes. Porque numa relação a dois, tudo de bom e de mau é sempre responsabilidade dos intervenientes. O que muda nos entretantos, é os moldes de como foi conduzida a situação.
Vejamos, por norma, por eles serem mais disponíveis, quando há a situação de um dos dois não querer, por regra, é ela. O que acontece? Das duas uma: ou ele entende e passa à frente (desde que não aconteça muitas vezes), ou então fica chateado. É que depois, passar este estado para a pessoa é um ápice. Conclusão: instala-se uma situação constrangedora. As tais crises existenciais viram um autêntico papão.
Em cima escrevi, que os homens são mais disponíveis e é um facto. Tem haver com a essência deles, ponto. As mulheres são mais sensíveis. Mais delicadas. Por uma dor de cabeça vão-se a baixo. A fase da menstruação é tramada para muitas. Quando se aborrecem com algo, vivem muito os problemas e não se conseguem abstrair assim, com duas cantigas. Em suma, não têm o mesmo poder de encaixe dos homens para relativizar as coisas, empacotar e seguir em frente. Principalmente quando o assunto é sexo. Até porque a sua essência no modo geral além da sensibilidade, delicadeza, há o romantismo. Pode existir os devaneios, mas o romantismo é lugar cativo.
Quando se vê a braços com uma situação destas, onde o parceiro não consegue entender os motivos que a leva a não querer nada naquele momento, desastrosamente opta pela via mais fácil. Que é basicamente dar o que ele quer, pensando que está a resolver o problema. No entanto, e a meu ver, quer me parecer que não é bem assim. Porque mente. Encena.
Ora, não é assim que as coisas funcionam. No sentido de ser uma obrigação, ou para agradar somente o parceiro, ao ponto de mesmo não querendo ou não tendo vontade se dá ao momento. Mas no entanto, dá-se ao momento em si, ou seja, o seu corpo, contudo e em contrapartida, não dá a sua alma. Não há uma entrega total no momento que é exigido, ou pelo menos deveria. Por não existir essa entrega total, depois a pessoa tem a necessidade de fingir que está a sentir prazer. Mais! Tem necessidade de fingir que está a ter um orgasmo. Oh Céus! Como se finge um momento real? Como o parceiro não se dá conta?! Não há forma de se perceber que é tudo fingido? Não posso querer. Até porque há uma quantidade de factores que podem denunciar. Tal como os seios que ficam mais rijos, excitados. Os espasmos, ou as contracções que o próprio corpo faz quando está a atingir o orgasmo. A respiração. O tipo de entrega que se dá quando verdadeiramente se está a gozar o momento. Não só no clímax. Porque não estou aqui a mencionar as rapidinhas, mas sim um acto mais prolongado, onde pode passar por outros contornos mais intensos e envolventes. Quando a pessoa não está para aí virada, como faz? Deita-se na cama como um dois de paus, ou melhor, como um carapau seco e abre as pernas para ser possuída, somente isso? Para que ele descarregue a tensão acumulada? A emoção? O calor humano que existe até mais não nestes momentos, onde fica? Essas pessoas dão-se conta que estão a representar um papel? É que no cinema, nas novelas sabemos que aquela cena que se segue é encenada, onde as pessoas estão ali exactamente para isso, para representar. Para interpretar o seu papel com mestria. Para conseguir arrancar os mais sinceros aplausos e saudações do excelente desempenho que está a ter. Agora, na vida real, como é? É que francamente, tenho sérias dúvidas que os companheiros não saibam que a pessoa que têm ali, naquele exacto momento não está a representar. O que mais grave se faz a situação. Porque, por mais bons actores que possam existir, há factos que são incontornáveis, tais como a entrega genuína.
se nao apetece nao apetece ponto final. Dar o jeito não é bom de certeza. A nao ser que depois se desfrute.
ResponderEliminarPaulinha
Não sei que prazer se pode tirar disso, mas cada um sabe de si.
ResponderEliminarBj** e bom feriado.
De facto, como a Tanita disse, cada um sabe de si... e nós não fazemos nem ideia das razões e motivações que levam uma mulher a fingir um orgasmo.
ResponderEliminarOs motivos podem ser muitos:
- por pena do parceiro;
- porque se querem fazer passar por uma pessoa que não são;
- por incapacidade física de o obter e não querer revelar ao outro;
- porque é uma relação frutuita e a coisa não se dá... e não se quer ficar mal na fotografia;
- ...
Deve haver imensas razões, motivos e necessidades... que eu felizmente nunca senti e por isso nem sei avaliar.
Quando se fala neste assunto lembro-me sempre da cena do filme «When Harry met Sally» que é uma verdadeira delícia.
Se não conheces aconselho-te a ver:
http://www.youtube.com/watch?v=b0OeM6UUAoI
Beijinhos sem qualquer fingimento
(^^)
Parece-me que o problema é que as pessoas ou não têm tempo para se conhecerem ou não se perdem tempo para se conhecer, por mais intimos que possam ser fisicamente.
ResponderEliminar"Quando a pessoa não está para aí virada, como faz? Deita-se na cama como um dois de paus, ou melhor, como um carapau seco e abre as pernas para ser possuída, somente isso".
ResponderEliminarUm fantástico "dois de paus", ahahah!
O teu post está muito bem visto.
Nunca simulei. A cumplicidade, o sentimento a envolvência são actores determinantes.
E cada um sabe de si, como já foi aqui dito.
:)
Descreveste bem os sinais...
ResponderEliminarbeijo
Sutra
Obrigada pelos vossos tímidos comentários. De coração. Obrigada a quem ousou mesmo assim comentar. E sobre o que disseram, num modo geral, obviamente que cada um sabe de si mas, o que não nos impede de pensar, reflectir sobre o tema, certo? ;)
ResponderEliminarDeixo só um aparte que deixou-me deveras curiosa.
No dia que saiu este post, tive mais de 700 visitas, ou visualizações, como queiram chamar mas somente 1 comentário. No dia seguinte, lá tive os 5 restantes. Somente neste post. Com este tema. Curioso, diria... ;)
Kiss, kiss