quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Vizinhos mas, pouco.


Entro no elevador rumo ao meu andar. Lá dentro, já está um vizinho e, eis o diálogo no percurso da viagem:

- Ele: (Depois da saudação do dia e após algum silêncio...): Oh vizinha, é nova no prédio, não é?
- Eu: (Admiração total perante tal pergunta. Pois não fez sentido na minha mente): Eu, nova aqui? Não me parece...
- Ele: (Cara de atadinho. No entanto, com toda a convicção do mundo): Mas, nunca a vi e já aqui estou há 4 anos!!
- Eu: (Cara de gozo): Pois, e eu há 9 anos... (risos)

E, são estes os vizinhos de agora. Sim, porque lá vai o tempo em que havia os vizinhos de porta-em-porta. Os vizinhos do açúcar, café, arroz. Os vizinhos do lanche, ou serão. Ui, lá vai o tempo. E que tempos esse... no entanto, confesso que me lembro perfeitamente desses "tempos", quando era miúda. Hoje em dia, sinceramente, prefiro os vizinhos assim, "bom dia!", ou "como está?" (no elevador ou hall de entrada do prédio, o tipo de conversa de circunstância). Gosto cá dessas confianças, gosto. E assim como assim, evito confusões e disse-que-não-disse-entre-outras-coisas-que-tais... pois, são as tais que se vai ouvindo aqui e ali da rádio falante do prédio. Sim, por regra, há uma em qualquer prédio que se faça valer. Depois, francamente, passo bem sem estes pequenos apontamentos.

20 comentários:

  1. eu nem conheço os vizinhos... acho que são novos todos dias eheheh :)

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  2. Eu vivo numa "aldeia" em que o padeiro ainda deixa o pão na porta e a vizinha do lado, pessoa já com uma idade avançada, me vem perguntar se quero alface ou um raminho de salsa do seu terreno. A mesma que me fica com a correspondência e as encomendas registadas para não ter que ir para as filas do correio. A mesma que fica atenta à minha casa quando os incêndios andam por perto.

    Como em tudo na vida há convenientes e inconvenientes os quais são graduados de acordo com o bom senso que colocamos nas relações que estabelecemos com os outros.

    A mim choca-me, por exemplo, num prédio em que vivem 15 famílias ou mais morra alguém que vive sozinha e só se dê conta dias depois devido aos "cheiros nauseabundos".

    É claro que podemos, e devemos, escolher as nossas amizades e é com elas que devemos partilhar os nossos afectos mais profundos. Em minha casa só entra quem eu quero e em quem confio. Não conheço a vida da minha vizinha nem ela conhece a minha mas ambas mantemos uma boa relação de vizinhaça e sabemos que se nos faltar um ovo para fazer um bolo podemos bater à porta. E sei que ela fica de alguma forma confortada quando ao fim-de-semana ao sair para as compras lhe pergunto se está tudo bem e se precisa de alguma coisa.

    :)

    Beijos

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  3. (Risos)
    Lindo... constrangedor a situação.
    Lá na minha aldeia conheço todos,somos 10 inquilinos alguns da urbanização no geral.
    E existe ainda com a vizinha da frente o sentimento de partilha.
    Infelizmente tive uma vizinha com quem me dava lindamente, mas começou a tal confiança a tomar conta da minha casa e com determinadas conversas em relação ao marido que tive que por um ponto final.

    Bjstos

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  4. hummmm... fizeste-me lembra uma anedota...

    Dois homem muito bêbados estão num bar... e metem conversa um com o outro... no final da noite na hora de ir embora do bar...

    bêbado um: O meu amigo mora onde?
    Bêbado dois: Moro nesta rua...
    bêbado um: Caramba... então vamos os dois que também moro nessa rua...
    (chegados à rua)
    Bêbado um: Então e o meu amigo mora em que prédio?!
    bêbado dois: Moro ali naquele...
    Bêbado um: Epá... que curioso... também eu!! Vamos os dois...
    (chegados à porta do prédio)
    bêbado um: Então e o meu amigo mora em que andar?!
    Bêbado dois: Eu?!... Moro no último...
    bêbado um: Bem que coincidência... também eu!!
    (sobem os dois até ao último piso... dirigem-se à porta, tocam à campainha... e abre a porta uma senhora)
    Senhora: Valha-me Deus... Olhem-me para isto... tal pai, tal filho...

    :D

    beijo
    Sutra

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  5. Por acaso no meu prédio, toda a gente se conhece. Uns falam mais, outros falam menos mas o ambiente geral é bom!

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  6. Olha é verdade... no meu prédio, que até são poucos, prefiro que não haja contacto com ninguém. O único problema é que a minha mummy é a responsável do condomínio, logo não queiras imaginar o que podem falar do responsável. Às vezes só mesmo à pancada.
    Eu alguns deles, nem bom dia :D

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  7. adorei!
    eu tb sou como tu prefiro apenas os cumprimentos pq quando começam as conversas é logo as perguntas à agente da policia e isso deixa-me chateada...

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  8. Já vi grandes confianças entre vizinhos depois darem grandes ódios intestinos entre os mesmos, causando no final muito mau ambiente no prédio. Antes assim, educação e pouco mais!

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  9. Eu moro na minha rua desde que me entendo por gente, e a rua é basicamente tudo vivendas. Os vizinhos mais velhotes falam-me sempre, já os que moram lá recentemente às vezes nem bom dia...perderam-se sim os valores.

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  10. Essência, eu cá gosto mesmo de travar conhecimento com os vizinhos, embora alguns não se dêm nadaa conhecer e a esses eu apenas cumprimento e nada mais! Ainda em Barcarena, tive uma vizinha de baixo que hoje é uma das minhas melhores amigas, apesar dos seus apenas 23 anos, ela é daquelas vizinhas de açucar e café, vinha todos os dias à minha casa todos os dias enquanto estive grávida, é uma das "tias" da minha Txuguinha, adoro-a e tenho umas saudades enormes daqueles momentos em que lhe fazia biscoitos e ela me fazia arroz doce! Isto é que é vizinhança!
    Até que enfim que consigo comentar aqui....tem sido difícil!
    Beijocas nossas ;)

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  11. Mesmo assim...Se nunca o viste e nunca te apercebeste dele (e ele de ti) tirando algum golpe na auto-estima...lol não te queixes. São esses os melhores e os mais raros:=)

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  12. Mas eu tenho desses vizinhos, do açúcar e do café. Mudei me acerca de 2 anos para o meu prédio que só tinha 3 andares. Por sorte travámos uma boa amizade com os vizinhos da frente.

    Hoje, fazemos varias coisas juntos, jantares, petiscos, etc. E como ambos temos crianças torna-se tudo mais fácil. Existe um bom relacionamento entre nós com muito respeito pela privacidade de cada casal.

    Neste momento a minha vizinha espera mais uma menina e já me prontifiquei a ceder-lhe varias coisas que previsto quando o pirata nasceu.

    Adoro a relação que existe no meu prédio, pois faz me recordar muito a minha infância em que gritava à minha mãe: - vou pra casa da vizinha!!!

    Beijos

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  13. olá, compreende-se muito bem a pergunta do teu vizinho. Vivendo num prédio, está tudo dito... Hoje no café, uma vizinha idosa que gosta de falar comigo e que já me conhece há anos, perguntava se eu conhecia pessoa x e y da minha rua ou da rua dela e disse-lhe que não..ficou com cara de espanto. Vivo numa casa e também conheço pouco os vizinhos. E os vizinhos não são os mesmos que há 15 anos... beijos

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  14. Eu moro neste prédio há ano e meio.
    E confesso que me dou bem com todos os vizinhos.
    Tenho inclusive uma vizinha que se tornou nossa amiga ela e o marido, ja jantaram em nossa casa, confio-lhe a chave se formos de fim-de-semana para ela regar as plantas.
    E gosto da boa relação que temos! tambem trocamos um pé de salsa, uns coentros, um açúcar café etc. Sabe bem e por vezes é uma segurança.

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  15. Essência no meu prédio conheço praticamente todos, mas ficamos pela conversa de circunstância e é até melhor assim. Desta forma, sinto que preservo a minha intimidade e isso é importante. :)

    Bjos.

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  16. Eu tenho vizinhos que nem conheço!!

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  17. (Finalmente estou a entrar aqui sem ameaças maléficas). Os meus vizinhos são os do chá, do café.Por acaso gosto, sabe-me bem.Mas também tenho os dispensáveis.

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  18. Hummmmm, cá para mim, o homem estava era a fazer-se ao piso ;))) Também já me disseram isso aqui no prédio e já cá moro há 5 anos. Mas melhor foi ir no elevador num dia muito quente, entrar um vizinho com quem nunca falei, que me olhou dos pés à cabeça e concluiu "está fresquinha!"........
    Beijinhos,
    Madalena

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  19. Gostei de cada perspectiva. Porém, vou em traços gerais dar a minha da "cidade".

    Eu vivo no meu prédio há 9 anos com 7 andares e 3 em cada piso. (Ora, façam contas)
    Porém, posso dizer garantidamente que nos primeiros 5 anos eu conhecia os vizinhos todos. Quando para lá fui, o prédio estava a estrear. As saudações e as conversas de circunstância eram uma constante quando havia oportunidade para tal. Confesso que particularmente nunca fiz questão de levar a simpatia da porta para dentro. Isto porque é tudo muito bonito, mas quando há chatices é que são elas. E muitas vezes não se consegue controlar essas situações. E já ouvi e vi muitas delas bastante desagradáveis aqui no meu prédio. Assim, prefiro educação mas sem intimidades e, somos todos "felizes" na mesma.
    No entanto, e muito derivado à crise, as pessoas foram vendendo as suas casas e outras alugando. Ora, as pessoas que foram habitando no prédio foram outras. Infelizmente num prédio a convivência é muito diferente do que numa rua de aldeia. Pois enquanto na rua só vemos as pessoas a passar e os barulhos que existem são na rua mesmo e cada um sabe de si, num prédio o caso muda e muito de figura. Isto porque para mim a minha casa não começa só da porta para dentro, mas da porta do prédio. Porém, há pessoas que pensam exactamente o contrário e por isso há dissabores e situações desagradáveis. Nomeadamente, barulhos por cima e por baixo, varandas molhadas com a água da vizinha, lixos atirados da janela, maus cheiros de animais pois as pessoas insistem em ter animais em apartamentos, pois é cheiro a mijo, uivos e outras coisas que tais que incomoda e muito quem nada tem haver e tem que levar com estes filmes. O que se pode pensar? Falta de civismo pois então. Quando compramos uma casa, não sabemos com que vizinhos vamos "levar". O mesmo se pode aplicar com o marido (por exemplo). Quando casamos também não sabemos que família nos espera. Pois então, eu gostava muito em miúda do homem do pão, do homem do leite, assim como as idas às casas da vizinhas (amiga da minha mãe). Mas isso era também num bairro pequeno de poucas vivendas onde todas as pessoas e mais algumas se conheciam. Mas lá está, cada uma na sua casa e só iam a umas nas outras quando sentiam essa necessidade. Porque uma coisa é ter opção de escolha, outra é não ter.
    Agora podem pensar, "porque não vais para uma vivenda? Ou porque não vais para uma santa terrinha qualquer? E eu respondo, "ir para uma vivenda é mais difícil, mas para uma santa terrinha, já esteve mais longe..." Isto porque se há uns anos atrás se fugia desses sítios, hoje em dia não se quer outra coisa. Pois a qualidade de vida é outra. Mais que não seja pela tranquilidade.

    Kiss ;)

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  20. Também tenho uma vizinha assim (do tipo rádio) parece uma santinha mas como é meia surda e fala alto,é vê-la no hall a dizer mal de toda a gente dos prédios vizinhos!
    Um dia cheguei das compras e olhando-me descaradamente para os sacos pergunta-me:
    -"Leva aí fraldas?O seu menino já é tão grandote,ainda mija na cama"?
    Fiquei tão furiosa que lhe voltei as costas e nem lhe respondi!

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