Há tempo certo para começar a fazer o amor! Será?!

Porque se fica espantado quando um casal que iniciou há pouco tempo uma relação nunca tenham até a data feito amor? Pois esta pergunta é feita pelo espanto nos rostos de quem ouvia alguém contar isso mesmo.

Eu e um grupo restrito de amigos estávamos a conversar sobre banalidades, e eis que a conversa vai em foco para uma das pessoas que estava nesse grupo. Conversa vem, conversa vai, e ele acaba por contar que iniciou a algumas semanas uma relação com uma rapariga que se está a separar e que tem uma filha. Tem sido complicado o processo dela na separação e por isso, têm se visto às escondidas. Até aqui todos acharam bem e até alguns entraram em devaneios a dizer que assim era mais excitante, emocionante até. A adrenalina do fruto proibido ficaria no auge, assim como os devaneios, puro devaneio. Contudo, as reacções foram opostas quando ele ao ver que os devaneios dos demais já estavam no auge da loucura, e diz a conta gotas (já prevendo as reacções que se avizinhavam) que ainda não tinham chegado as vias de facto. Isto com uma voz quase sumida e sem jeito. Um até perguntou novamente o que tinha dito, de tão baixo tom que lhe saia da boca.

Reacções: não acredito! Ainda não lhe saltaste em cima? Ah, só beijinhos e uns a maços?  Estão à espera do quê?! 

Sim, foram estas as reacções. Sim, ele previa, por isso a reacção da voz sumida e tudo mais. Podia ter ocultado, mas não faz parte dele. Ainda bem que não o fez, para se ver que existem outras maneiras de pensar e agir que não sejam as convencionais.

Confesso que fiquei irritada com tais reacções! Confesso que os questionei  pelas mesmas atitudes. Como também confesso que não entendo que nos dias de hoje ainda as pessoas sejam tão tacanhas, tão básicas que não vejam mais além.

Obviamente que fazer amor com a pessoa que estamos enamorados/as é um culminar dos sentimentos existentes. É selar a relação, a paixão e tudo mais. Existem excepções à regra como em todos os factores, nomeadamente quando existem pessoas que fazem amor com o primeiro/a que lhes aparece à frente, sem existir sentimento algum. Por puro e duro prazer. Opções!

Se formos a ver as pessoas que têm também este comportamento, não são bem vistos pela sociedade. Digo, regra geral. Logo, são rotulados/as como oferecidos/as, como fáceis, levianos/as e afins. Obviamente que este karma quem leva nas costas é mais a mulher. Porque será? Depois os que querem levar a relação de uma maneira mais descontraída até chegarem ao acto em si são totós porque deixam passar demasiado tempo. E andamos assim, nesta roda viva. Será possível? Não posso crer.

Como ficamos então? Onde está o meio termo? Quem dita esse meio termo? As pessoas que estão na relação, ou a sociedade que tem uma mente suja e retrógrada que pensam que são os donos da verdade?