A turma da Mónica

Agoniante!! Ainda sinto o cheiro nas minhas narinas...

Eis que vou às compras aqui no supermercado da zona. Lá vou eu com a minha listinha, sempre em alta, porque coisa que detesto é fazer compras num supermercado! Irrita-me andar de um lado para o outro. Irrita-me a confusão da multidão. Irrita-me as filas. Irrita-me certos atendimentos. Irrita-me certas situações que se passam neste meio (e eu que já tive algumas...). Enfim, continuando.

Depois de ter tudo no carrinho, dirijo-me à caixa. Ponho as compras no tapete e espero a minha vez.

Sei que foi uma fracção de segundos para começar a sentir um cheiro agoniante. Cheiro esse que vinha mesmo a trás de mim. Assim que me viro, para perceber que cheiro era aquele, e de onde vinha, dou de caras com uma rapariga que tinha um aspecto horrível. Minutos a seguir chegam mais umas quantas. Todas do mesmo género, e com o mesmo cheiro. Pela conversa pareciam irmãs e mãe.

Bom, começo a ser atendida e fico de frente para elas. Automaticamente as observo. Pela postura delas, pela conversa, presença, por tudo. Tinham a pele escura, mas não de estar bronzeada, mas sim de sujidade! Via-se mesmo as crostas  na pele. O cheiro era qualquer coisa de surreal.

Como é possível alguém cheirar assim? Parece que o banho já não pairava por aquelas bandas há meses.

Já estava com o estômago às voltas. Mais uns minutos e vomitava ali mesmo.

Aquele atendimento parecia uma eternidade. Ainda por cima o rolo da máquina tinha acabado, e a moça teve que chamar a colega para passar o cartão porque a operação tinha sido anulada, e com isso, ainda fiquei ali uns quantos minutos para conseguir voar dali para fora. Enquanto esperava, uma delas ainda foi para o pé de mim. Teve ali a observar o panorama de alto a baixo. Assim que recebo o talão, os meus pés deram corda. Compras no carro, estômago às voltas e pé no acelerador.

Não sei se foi de estar a conduzir, e já estar com o estômago descontrolado, só sei que antes de chegar a casa tive que parar o carro e vomitar na berma da estrada. Pois é, estômago de Cinderela!

Ao menos mais aliviada fiquei. Apesar que como disse no início, ainda consigo sentir o cheiro. Parece que ficou entranhado nas paredes das minhas narinas. Ainda estou a pensar como é possível existir cheiros assim, bolas! Tão cedo não irei esquecer a imagem da turma da Mónica.