Sou mãe há 3 anos e de facto, desde a gravidez que tenho vindo a perceber determinados pontos muito importantes e pertinentes. É a publicidade de roupa de grávida, acessórios para a mãe e o bebé, porque este é mais indicado que o outro, segundo os especialistas e estatísticas. Até a maternidade é questionada, porque no local x é melhor que o y, tal como as revistas com a publicidade (claro que só vai quem quer e pode). Quando o bebé nasce, começa o bombardeio de fraldas, leite, toalhetes e afins. Qual a melhor marca? Muitas vezes temos tendência a ir ao mais caro por pensar que é o melhor. Erro muito grave. Ser caro não tem que necessariamente ser bom! Depois muitas pessoas são influenciadas pelo que as outras têm. É o pensamento do costume «se ele tem, também tenho que ter». Até os próprios médicos, aconselham o que tem mais benefício para eles, porque todos nós sabemos que há acordos entre os médicos e os delegados de propaganda médica - quanto mais venderem determinados medicamentos, mais ganham, ou seja, é um ciclo, para benefício próprio. E quem paga? O Zé Povinho. No entanto, os filhos crescem e quanto mais crescem mais se vão apercebendo do que os rodeia, nomeadamente a publicidade a bonecos com que são bombardeados pela televisão, e claro, o que o amiguinho tem, eles também têm que ter. Notamos isso, quando têm 5/6 anos, altura em que já olham para o espelho e reparam mais no que está à sua volta. ... e a sociedade é muito consumista. Aliás, tudo o que nos rodeia hoje em dia é cruel. Hoje vêem-se crianças com 7/8 anos com telemóveis, roupas de marca, computador, net e afins, coisas que não são tão necessárias para elas nessa faixa etária, mas porque o amigo x tem, também têm que ter, caso contrário não fazem parte do grupo, não são fixes. No meio disto tudo, os pais são maus, porque não dão? Quer dizer, estas são uma série de questões que nos deixam a pensar. Porque é que hoje em dia as nossas crianças para se divertirem precisam desses instrumentos? Nós na idade deles precisávamos? Não tivemos uma infância feliz (cada um à sua maneira)? Claro que os dias são outros, mas somos nós que criamos esse ciclo e hábitos, que no meu ver não são saudáveis. Estamos numa sociedade hipócrita, consumista e que só olha para o próprio umbigo. Pior ainda, que só vê quem tem mais. Quem tem a melhor casa, carro, põe o filho na melhor escola. Uma competição sem medida. Porquê? Porque é que que tem que ser assim? Sem dúvida estamos a caminhar para o abismo. E o pior, sem querer muitas vezes, somos nós que criamos estas situações. Também derivado à sociedade onde estamos inseridos, somos "obrigados" a aceitar e dar aos nossos filhos mais do que precisam, para não criar os "tais" porquês na cabecinha deles. Será que é a melhor solução?
Para conseguirmos fazer o que consideramos correcto, seremos sempre apelidados de «pais maus», embora só assim conseguiremos educar, efectivamente, os nossos filhos.
ResponderEliminarPois, ai esta o cerne da questão!
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