sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Emoções ao rubro inexplicáveis!


Como eu gosto de conversar com amigos homens. Gosto efectivamente de tentar entrar naquelas mentes que mais parecem um labirinto. Gosto de ter a percepção quando estão incomodados com determinado tema, ou simplesmente se deixam ir e conseguem transpor na íntegra as suas emoções. Sem dúvida que se torna um momento único e solene já que a grande maioria (infelizmente), abomina de transparecer o seu lado sensível e prefere mil vezes realçar o lado másculo e de besta. Vá, bad boy (risos), ameniza mais a coisa.

«Não consigo entender porquê que com esta - entenda-se, mulher - que estou agora, faço coisas que nunca pensei um dia fazer. Cometo actos que quando me dou conta, riu-me. Assusta-me as minhas loucuras, mas acho delicioso. No entanto, fico pensativo quando penso que, com o meu amor anterior, nunca fiz nada e nem senti o que sinto hoje. E, já que és sabichona - eu mereço -, consegues explicar-me o que se passa comigo e porque me sinto assim?»

Ora, ora, parece que temos aqui uma situação claramente vulnerável. No sentido que ele sem querer disse tudo. Sem querer porque acredito que nem ele - ainda - se deu conta do que efectivamente se passou, se passa com ele. Ou seja, que a relação que tinha anteriormente não era a relação que lhe deixava vivo. Não era de tudo a relação que lhe fazia pulsar os sentidos, o sangue nas veias. Não era de todo a relação que o deixava com os devaneios ao rubro. Não era a relação que a paixão estava no auge. Não era a relação que o amor era verdadeiramente sentido. Não, não era. No entanto, até conhecer essa pessoa, achava ele que era feliz. Achava ele que tinha uma relação preenchida. Preenchida em todos os sentidos. Achava. Achava, mas pelos vistos não tinha. Mas achava. Hoje, provavelmente depois de debitar aquele parágrafo não quis ver com os seus sentidos, porque se de facto o quisesse, não teria pedido uma bengala para dissecar os seus fantasmas. Não teria, mas fez. E fez porquê? Porque o ser humano é mesmo assim! As coisas podem estar bem à frente do nosso nariz, mas não vemos o que nos magoa. Não vemos o que sabemos à partida que vai-nos deixar dilacerados. Então preferimos camuflar. Preferimos dar voltas e voltas ao caminho para que fiquemos tontos e ter desculpa para pedir ajuda para encontrar o caminho. O caminho certo. Mas quem disse que são os outros que sabem o nosso caminho e não nós?! Nós é que sabemos qual o caminho e para que é proposto! Mesmo assim não interessa. O fácil é sempre o mais cobiçado. Daí as incertezas. No entanto, são incertezas falsas. Porque no seu íntimo sabe que viveu uma ilusão. Sabe que o amor anterior, não era um amor, mas sim antes uma acomodação. Contudo, quando penso nesta vivência pergunto-me: se a tal pessoa não aparecesse na sua vida, será que continuaria a viver uma ilusão? Oh caramba! Quantas e quantas pessoas vivem de ilusões? Vivem porque é mais cómodo estar onde já se conhece e se sabe - ou não - o que se tem e o que se pode contar, do que apostar no novo e incerto. Mas vão. E tentam. E só aí se dão conta do que tinham e do que têm. Assim como ele. No entanto, a ele, só lhe falta ouvir-se, intimamente. Ouvir-se pela própria voz, e não de terceiros. Há apontamentos que têm que vir de nós para nós. Só assim se fecha um ciclo.

O que está aqui escrito foi a análise que fiz após a conversa.
O que está aqui escrito não lhe disse. Quer dizer, não na totalidade. Disse-lhe para parar e ouvir-se a ele próprio. Não andar em busca de respostas alheias. Pois as respostas fieis estão lá, à espera dele, no seu íntimo. A partir daí, às acções, são um ápice. Ficou à toa. Ficou decepcionado. É normal. Estava à espera que lhe fosse facilitado os quês todos e mais alguns que lhe agitam a mente. Estava à espera que debitasse as minhas convicções sobre o assunto. Mas quem disse que o que eu acho é o certo? Ou o certo para ele?
Foi exactamente estas questões que me pus e por isso, por não querer influenciar, optei por cingir-me praticamente ao silêncio e a escutá-lo. Pois efectivamente o que ele precisa, é escutar-se, somente isso.

12 comentários:

  1. Poucos têm a coragem de sair da sua "zona de conforto".

    Mas quando conseguem...

    Bom fim-de-semana.

    Beijo

    ResponderEliminar
  2. Essa lição foi das mais importantes qu aprendi ultimamente. Querermos bem a uma pessoa não significa que o que pensamos seja o melhor. Todos temos uma voz interior para nos responder. Aprender a ouvir a que mora dentro de mim ajudou a perceber que nos departamentos cruciais da vida de cada um, essa é a voz mais importante.

    Beijokas e miminho à Zunfinha :-)

    ResponderEliminar
  3. Que o teu amigo seja imensamente feliz.
    Feliz dia e bom fim-de-semana**

    ResponderEliminar
  4. desafio para ti no meu blog, participa! :)

    ResponderEliminar
  5. Obrigado pelo comentário, pelo conselho. É isso que penso. Mas por muitas formas que tente que ele seja magoado com estas atitudes, não consigo evitar todas. Nem pouco mais ao menos. Infelizmente. Voltarei com mais tempo para conhecer o teu blog. Um beijinho. Belle

    ResponderEliminar
  6. Homens sensíveis, complicados e labirinticos...onde é que se já viu tal coisa! Deve ser fruto da tua imaginação, só pode!

    PS: Acho que dei cabo do "cão"!

    ResponderEliminar
  7. olá, boa noite, bem disposta? concordo contigo, devemos de aprender a ouvir o nosso coração, e não irmos tanto pelo que os outros nos dizem, se bem que bons oonselhos são sempre bem vindos, o pior é quando nos dão maus conselhos e numa determinada altura não sabemos determinar o que é mau... beijos para ti e para a tua Zunfinha. bom fim de semana

    ResponderEliminar
  8. Acho que todos nós temos as melhores respostas em nós próprios. Certamente que ele chegará a essa conclusão!

    ResponderEliminar
  9. Acredito que sim, mais tarde ou mais cedo, por ele próprio chegará lá. ;)

    Kiss

    ResponderEliminar

"Eu não escrevo em português. Escrevo eu mesmo".♥ - Fernando Pessoa

A essência que queres partilhar comigo é?...