Maré de azar

Não estou a entrar bem neste Inverno...

Já não bastava a constipação que teima em ficar agarradinha a mim, não bastava ficar afónica e desse modo a minha melodiosa voz não ser ouvida aos quatro ventos, agora estou com um pé torcido. Não poderei deslizar por esses passeios fora...

Sem mais nem porquê, em fracções de segundos, estava estatelada no chão! Automaticamente vi que tinha sido feio porque ao tentar levantar-me nem consegui mexer um milímetro. As dores começaram a apoderar-se de mim. Entretanto, com os nervos uma crise de asma começa a desencadear. Tudo porque não conseguia mexer-me do chão. Não conseguia ligar para ninguém próximo. A ambulância que tinha sido chamada pela terceira vez consecutiva devia vir devagar devagarinho, pois devo ter ficado no chão sensivelmente uns bons e largos 30 minutos. As pessoas à minha volta em vez de ajudar só me conseguiam irritar mais e por tudo isto, foi uma espera horrível. As dores, essas, gostaram de se apoderar do meu tornozelo e lá ficaram até chegar ao hospital e levar uma pica no rabiosque. Pica essa que às tantas não sabia se era pior que a dor no pé por causa do líquido a entrar no corpo. Pareciam vidros, credo! Depois veio o raio X e finalmente um diagnóstico apresentado. Um pé torcido.
Recomendações: no primeiro dia, o pé ao alto com a pomada Y duas vezes ao dia. Uma meia elástica e muletas como amigas inseparáveis por estes dias. As dores, essas queridas, 6 horas sensivelmente depois da bela da injecção voltaram em força. Até quando? Não sei...

Conclusão: não posso conduzir. Não posso andar por aí. Tenho que aprender a usar aquelas coisas que se chamam muletas, e de uns dias de cama alternado com sofá não me livro. E pronto, aqui está relatado a minha maré de azar.