quarta-feira, 29 de abril de 2009

Tempo que não é tempo

Há uma semana para cá que tenho pensado na minha rotina e tempo que tenho, mas que, ao mesmo tempo, não tenho! Tenho pensado nas pessoas que estão à minha volta, nas suas atitudes. É tudo um ciclo.

Em 24h, queremos fazer mil e uma coisa e, muitas vezes, nem um terço fazemos aquilo a que nos propomos. Andamos sempre a correr, stressados. Não saboreamos a vida, na sua plenitude. E a vida, é tão curta, e passa num instante que, quando nos damos conta, já passou. E nós, seres humanos, só nos apercebemos do que perdemos, ou do que não fizemos quando nos acontece alguma desgraça, ou a alguém próximo de nós. É aí que nos cai a ficha. Antes disso, vivemos acelerados, vivemos contra o tempo. O dia tem 24hs. Entre 8 a 9 horas são para o trabalho, quando não é mais!
As 14hs/15hs que faltam nunca aproveitamos devidamente. É sair do trabalho a correr, ir buscar os filhos (quem os tem), fazer o jantar, quando nos damos conta, já são horas de dormir. (Falo deste cenário, porque a maioria das pessoas têm casa e família). Perdemos 8hs a dormir, que ao fim ao cabo, não perdemos, porque precisamos de dormir. E assim se passa um dia.
Temos por hábito assim que acordamos, já queremos que seja noite. Estamos na segunda-feira, queremos que já seja fim-de-semana. Estamos em Janeiro, queremos que passe logo para Dezembro. Porquê? Porquê que somos assim? Porque não viver um dia de cada vez? Porque não aproveitar cada minuto do dia, cada dia da semana, cada semana de cada mês? Porque é que tem que ser tudo ao contrário? Não nos damos conta do desperdício do nosso tempo. Estamos sempre a lamentar a vida, do país, das pessoas que estão à nossa volta (e não só), do trabalho, enfim... nunca estamos satisfeitos com aquilo que temos, com o que nos dão. As pessoas, na sua maioria, só pensam no seu umbigo, nos seus problemas, na sua vida. São incapazes de se preocupar com a pessoa ao lado. Para quê? Já tem os meus problemas, é este o pensamento. Por vivermos assim, tão descompassadamente é que surgem os problemas. O stress, a depressão (doença do século), AVC´s e afins... e estas sãos as doenças mais comuns... há falta de diálogo entre as pessoas, o convívio. Infelizmente, só nos damos conta da nossa vida, da nossa rotina, quando chegamos ao nosso limite, ou quando temos a vida por um fio. Vida essa, que não a sabemos aproveitar, e em consequência, as pessoas que fazem parte dela, também não. É muito triste descrever isto, mas é a realidade. E mais triste, quando não há nada a fazer, ou se há, não se faz nada para se mudar.

1 comentário:

  1. São rotinas e quanto a isso não há nada a fazer. Ou melhor há! Mudar!

    De alguém que te observa sempre!

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