Piropos

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Exemplo: Uma mulher está a passar a pé no passeio. No outro lado da rua está um homem. Esse mesmo homem acha a mulher jeitosa e solta um: "oh borracho!" - Essa mesma mulher, agarra nas suas perninhas e dirige-se ao posto mais próximo e faz queixa do homem que acho-a gira e que teve a infeliz ideia de verbalizar o que pensava.

Ouvi a notícia à dias sobre em se querer acabar com os piropos. Acabar no sentido de, quando alguém se atrever a dizer algo mais "simpático" a alguém desconhecido que simplesmente - ou não - achou piada na rua e afins, que ficará com o bolso assim, para o vazio, sem esquecer que não se livra de parar com os costados na barra do tribunal.
Ora, depois de ouvir a notícia, admito, fiquei uns segundos com a mente vazia. Isto porque, sei lá, achei tão... nem encontro uma palavra para qualificar. É que nos dias que correm, e com as coisas tão graves que tem acontecido no nosso país e por esse mundo a fora que... enfim, o que é isto mediante a crise, a pobreza vincada, os "roubos" que o estado tem aplicado aos cidadãs, entre outras situações complicadas...? O que é?
Ainda estava a digerir a informação e a processá-la quando oiço uma deputada - não me lembro o nome dela -, que também foi entrevistada no mesmo contexto que disse que ninguém, nenhum estranho tem o direito de lhe dirigir a palavra. Suponho, quero acreditar que seja na temática dos piropos. Depois de ouvi-la e ver toda a sua expressão facial e corporal a expressar-se/transformar-se mediante o tema, achei tudo aquilo um tanto ou quanto exagerado - isto para não dizer do tema. Pensei para o meu decote: "das duas uma: ou na infância sofreu algum incidente com o sexo oposto, ou então, deve-se achar inatingível". Inevitavelmente o meu pensamento vai nesse sentido.

Bom, é certo que há piropos que enfim, quem os liberta mais valia era estar de boca fechada. É certo. No entanto, parece-me, a mim, que "agarrar" na pessoa e puni-la - entupir mais os tribunais -, por isso, é enaltecer algo que sempre existiu. Sempre foi pacifico. E depois, esta situação pode ser resolvida com uma advertência do próprio visado. Ou então, simplesmente fazer orelhas moucas. Afinal, vozes de burro nunca chegaram ao céu.

E cá para nós, quem nunca gostou de ouvir um piropo, mesmo vindo de um estranho?