segunda-feira, 16 de junho de 2014

Ritual perpétuo (assim espero)

Não é de hoje que ao fim-de-semana faço o pequeno-almoço mais a preceito, mas, a dona Zunfinha ontem deu-lhe para perguntar porquê que no fim-de-semana era diferente dos dias de semana os pequenos-almoços cá de casa. Ora que lhe expliquei que de facto havia uma diferença entre o fim-de-semana e durante a semana. Durante a semana há toda uma correria (entre aspas), há toda uma cronometragem para que tudo saia como planeado e portanto, não há tempo para grandes salamaleques e sim de uma refeição rápida de cereais, papa ou outra coisa do género. Agora, no fim-de-semana, no fim-de-semana já é outra história. Porque há todo o tempo do mundo. Porque somos nós que fazemos o nosso tempo, fazemos o nosso dia e portanto, as coisas só tinham que sair como planeávamos. E é certo que é isso mesmo que acontece. Gosto no fim-de-semana pôr a mesa com tudo o que gosto e me apeteça comer. Gosto de espremer as laranjas para fazer o abençoado sumo que sabe ao néctar dos deuses. Gosto de fazer os ovos mexidos com bacon. Fazer aquele café fresquinho. Gosto de comprar pão fresquinho juntamente com o pão doce (Zunfinha adora), os croissant´s e as arrufadas. Gosto de comprar as minhas flores que dão harmonia no fim-de-semana e estende-se até a meio da semana. Gosto de passar na papelaria do bairro e comprar o jornal, depois chego a casa e começo com o meu ritual: arranjo as flores e as deixo no sítio do costume, ponho a toalha na mesa com as chávenas, os pires, os pratos de apoio, os talheres, os copos de sumo e os guardanapos, ponho as frutas, as geleias e a manteiga, o queijo fresco e o fiambre, os ovos mexidos, as panquecas (não são todos os fins-de-semana que faço (verdade se diga), os pães fresquinhos, o leite, os cereais ou iogurte (depende do que a Zunfinha lhe apeteça), o açúcar, o café, o sumo que na altura já está fresco que entretanto enquanto vou à rua fica no frigorífico, o jornal, o jornal também fica a postos para ser lido. Mesa mais que posta e composta chamo quem tem que ser chamado (Zunfinha solta um: parece mesa da televisão, mamã" - sempre, todos os fins-de-semana solta a mesma frase. Penso que ela nem dá por isso) e assento-me para só me levantar quando estou mais que satisfeita não só da comida, como da leitura, como das conversas corriqueiras que tendem a estender-se pelos minutos a fora que se tornam horas se assim quisermos. De facto não é à toa que dizem que o pequeno-almoço é a refeição mais importante do dia. E é! Não podia estar mais de acordo. E, já que não usufruo durante a semana, no fim-de-semana faço jus a isso mesmo e, sabe-me pela vida tal ritual que, não pretendo perder.

7 comentários:

  1. A fome com que fiquei com o texto e com a imagem!!!! Tens noção?? :)))
    Um beijo grande :)

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  2. mesmo sendo só ao fim de semana, já é uma conquista! boa semana! :)

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  3. Fiquei com fome...
    (não é um comentário delicado e com salamaleques...mas foi honesto que dói)

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  4. Cá em casa há um ritual tão igual que até me impressionou:) mas só em aniversários ou em dias especiais para nós:) a manter:) claro:)...cá em casa usa-se a expressão "parece mesa de hotel":)

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  5. Imprópria,

    Risos... imagino, mas não foi com esse intuito. ;)

    desabafos,

    De facto! E acredito que a aproveito a 200%. ;)

    Obrigada e igualmente. ;)

    Nada,

    Entendo perfeitamente. E desde que seja genuíno, já é mais que suficiente. ;)

    Suricate,

    Essa da "mesa de hotel" também é castiça! ;)

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  6. Olha que lindo, tanto o teu ritual como o belo mimo da tua filhota!
    Deve-vos saber pela vida...

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  7. Gosto de me sentar a comer o pequeno-almoço mas é raro acontecer. Antes do elemento mais novo aparecer o ritual era fazer um brunch mas com ela passámos a almoçar a sério.

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