terça-feira, 8 de abril de 2014

Quantos estalos mereço pela minha ingenuidade?

Há pessoas que enfim, são... não são nada. É que nem encontro neste momento nada para qualificar.
Fui ao supermercado comprar umas coisas que tinha em falta. Quando chegava junto ao carro (encontrava-se mesmo em frente ao supermercado), sou abordada por um individuo, que com um ar triste e cabisbaixo diz que estava com fome e se não lhe dava algumas moedas para ir lá dentro (supermercado) comprar alguma coisa para comer. Como dinheiro em mãos não dou, olhei para as minhas mãos, numa tinha um saco com legumes e fruta, noutra pão e leite, avancei com o saco do pão e leite e dei-lhe. Ele ficou sem reacção, hesitou, mas depois acabou por aceitar. Encolheu os ombros e eu devolvi-lhe com um sorriso. Ele vai-se embora e eu coloco o saco no carro e vou outra vez lá dentro (supermercado) comprar o que tinha acabado de dar. Ora qual não é o meu espanto, quando vejo o individuo a meter o saco, o saco que tinha dado com todo o desprendimento ao lixo. Nem queria acreditar no que via. Ele assim que se apercebeu que era a pessoa que lhe tinha dado o saco sai a correr. Fiquei azul. Fiquei, nem sei... Fui a rezar lá para dentro do supermercado... O segurança vem ter comigo e diz que tinha visto tudo o que se tinha passado e que esse homem faz ponto ali. O que respondi ao segurança é o que interiorizei para o meu íntimo: foi a última vez que dei seja o que for a alguém da rua. Depois ainda dizem que há pessoas insensíveis e mais-não-sei-o-quê. Também com gente assim...  Mas pode estar a goelar-se, nem quero saber. Por um (ou uns) pagam todos. Mas de idiota, nunca mais me fazem.

17 comentários:

  1. Eu não dou nada, nem dinheiro nem comida, a ninguém na rua. Até posso estar a ser tremendamente injusta mas desde que há muitooos anooos (era eu uma criança) um pedinte jovem abordou o meu pai à entrada de uma cafetaria no bairro onde vivíamos e pediu dinheiro para comer, o meu pai disse que não lhe dava dinheiro mas que lhe pagava o pequeno-almoço... Resposta do 'Pedinte': "Não quero!" O meu pai, furioso, respondeu: "Então se quer dinheiro, vá trabalhar!" E o gajo ainda retorquiu para o meu pai: "Vá você!"

    Obviamente que depois da dita cena, o dito 'pedinte' nunca mais apareceu na zona... Até porque, entretanto, apareceu um polícia, que costumava ir beber café ali!

    ResponderEliminar
  2. Custa-me vê-los, mas sei que isso acontece.
    Junto ao PD onde eu costumo fazer as minhas compras, está um homem novo que, sempre que alguém passa diz"uma esmolinha, por favor".
    Sigo o meu caminho, nem para ele olho e, uns passos depois ele começa a resmungar por não lhe dar nada.
    Fico possessa.
    Essência, deixas-me editar o teu post no meu cantinho do Sapo?
    Beijinho
    Beijinho

    ResponderEliminar
  3. Não foste a primeira nem a última, infelizmente.
    Já me aconteceu algo semelhante. Todavia, há quem realmente necessite.

    ResponderEliminar
  4. Infelizmente não me espanta. Eu também tenho alguma relutância em dar, na rua e a instituições (é verdade). Dou quando sei de pessoas, que familiares ou conhecidos conhecem pessoalmente, que passam por dificuldades.

    ResponderEliminar
  5. Nunca dou nada, vivi 3 anos em Lisboa e assisti a cenas parecidas, e ja sei que paga o justo pelo pecador mas casafoda.... não dou não dou não dou.

    ResponderEliminar
  6. Ó minha querida esta é mais uma entre tantas histórias destas que se vão ouvindo cada vez mais. É por essas e por outras que eu não dou, prefiro chegar ao final do ano e ajudar uma instituição (geralmente de animais), porque infelizmente já não confio nas pessoas....

    ResponderEliminar
  7. Obviamente não mereces qualquer estalo. Ele é que precisava de dois valentes pares de estalos e não é para deixar a coisa por menos.

    Beijo

    ResponderEliminar
  8. Aqui no metro costuma haver malta a vender revistas de solidariedade e dizem sempre, 2Se quiser comprar a revista X, contribuir om uma moeda ou algo que comer ou beber". Já dei moedas, já dei fruta e leite ou pao. Sempre sorriram e agradeceram e comeram ao sair da carruagem ou guardaram na bolsa com cuidado. Esperoq ue nao tenham deitado fora.
    No entanto, recordo um tipo junto à escola secundária onde andei que ficava no semáforo a pedir moedas. Se nao desses, só dizia "Havias de te esbarrar". Naturalmente nunca ninguém dava nada.
    Enfim. A situacao que relatas é muito idiota. uito infeliz e tanta gente podia fazer bom uso do que deste, nao era preciso deitar fora. Imbecil esse tipo.

    ResponderEliminar
  9. Por causa dessas situações é que eu já não dou... é pena ser geral, mas não dá. Eu se visse isso, acho que me passava...

    ResponderEliminar
  10. Normalmente à quem queira dinheiro para tabaco e bebida mais do que para comida e isto porque (sem desprimor para quem o faz) comida é-lhes distribuída à noite por voluntários de várias organizações. Desta forma andam de barriga cheia e o que pedem é para o vício! Não serão todos por certo, mas serão alguns que o fazem!

    ResponderEliminar
  11. Há uns meses estava uma senhora na rua com uma miúda de cadeira de rodas. Tinham bom ar e a senhora tinha um letreiro a dizer que a filha estava muito doente e que precisava de dinheiro para a operação da filha. Toda a gente estava a dar dinheiro. A minha mãe só tinha 20 euros e deu-lhos porque lhe fez imensa impressão que a senhora nao pudesse pagar a operação da filha.
    Depois disso já a vi com 3 "filhas" diferentes...

    É triste mas é assim.
    Eu nunca dou dinheiro.
    Já não é a primeira vez que tomo o pequeno almoço com um pedinte, mas dinheiro não dou.

    ResponderEliminar
  12. São poucas, muito poucas as vezes as que dou alguma coisa. Mas sabes o que eu "gosto mesmo"? É chegar à estação da rodoviária na Nazaré, e encontrar os "miúdos", que estão a pedir esmola a mexer nos telemóveis topo de gama e a contar "os trocos" que receberam nesse dia. É de uma pessoa ficar um misto de abismada, com a boca completamente aberta, ao ver tanta e tanta moeda. E ao mesmo tempo que se fica de boca aberta, pensa-se em algo do tipo "vão se lixar". Desculpa este meu tom algo fundamentalista (e custa-me muito e muito ter um pensamento assim), mas custa e muito ver situações como a que vi, como a que viveste. É gozar com as pessoas.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Eu desde que vi uma romena ranhosa a pedir na entrada de uma estação de metro e, passados dias, a vi numa estação de correios a levantar o dinheiro do RSI e - digo-te - não era assim tão pouco, só me apeteceu espetar-lhe as unhas nos olhos!!!

      Eliminar
    2. É de uma pessoa se mandar ao ar. E eu até me considero bastante tolerante....

      Eliminar
  13. Também já me aconteceu... e deixei por isso de o fazer! Até pq cheguei à conclusão que conseguem tirar um ordenado muito maior que o meu...e livre de impostos!!!!
    Ajudo sim, e muitas vezes, aqueles que estão à minha volta que devido a esta malfada crise, ficaram sem emprego e muitas vezes não têm com que alimentar os filhos (e conheço tantos) mas não se põem à porta dos supermercados, nem pelas carruagens do metro a pedir...vão é diariamente para a porta do Centro de Emprego, vão a dezenas de entrevistas sempre na esperança de o emprego aparecer!! São esses que eu ajudo, porque os conheço e sei que necessitam! Os outros? Bem haverá também os que realmente têm fome...mas com atitudes destas, ficamos sempre na duvida...

    ResponderEliminar
  14. Gata,

    Infelizmente já tive algumas situações. Algumas já as relatei aqui. É triste perceber que até numa situação destas, as pessoas, mesmo quando estão no fundo do poço, tentam tirar partido. Tentam passar a perna. Isto de facto tem haver única e exclusivamente com o carácter. :S

    cantinho,

    Ainda consigo sentir pena por uns. Mesmo quando abordam, tento compreender o porquê. Mas cada vez mais estou a ficar mais que calejada.

    Yellow,

    Sabemos que sim. Mas como neste mundo, o mundo é dos espertos, os restantes acabam por pagar o pato.

    Vee,

    De facto começo a ver que é a melhor via.

    Petra,

    Sim, é isso. Por uns pagam os outros.

    Sónica,

    Como te entendo...

    Ni,

    Agora fizeste-me sorrir. ;)

    Pusinko,

    Só visto, mesmo! :S

    Miss Purple,

    Não me passei mais porque o fulano assim que se apercebeu que eu vi, zuca! Deu corda aos sapatos.

    Enfant,

    Eu sei disso, mas recuso-me a dar dinheiro para vícios. Quem não tem dinheiro, não tem vícios, certo? Quanto ao acto em si, inqualificável. Porque quem efectivamente precisa, aceita o que lhe é dado de coração.

    Jo,

    Acredito que quando fazes isso (tomares o pequeno-almoço com esse alguém), fazes de coração cheio. ;)

    Inês,

    É esse exemplo que desde e ver mulheres com crianças bebés (?!) ao colo a pedir. Não há noção de nada quando a meta é passar a perna a uns quantos totós. :S

    Beijo Molhado,

    Resumiste tudo: "Até pq cheguei à conclusão que conseguem tirar um ordenado muito maior que o meu...e livre de impostos!!!!" - Incrível a conclusão que se chega quando se pensa com a cabeça e não com o coração. :S

    ResponderEliminar

"Eu não escrevo em português. Escrevo eu mesmo".♥ - Fernando Pessoa

A essência que queres partilhar comigo é?...