terça-feira, 11 de março de 2014

Pôr as mãos na merda, literalmente.

Como escrevi (neste) post, não consegui ir à reunião de condomínio. Mas depois, através da carta que vem à posteriori, soube quem tinha ficado responsável este ano, etc, etc...
Na semana que passou, desde segunda-feira que o esgoto na garagem rebentou. Um fedor que nem vale a pena descrever. Começar logo a semana com aquele cheiro, o estômago ia-se-me embrulhando. Bom, passa segunda-feira, passa terça-feira, passa quarta-feira e nada de ver aquilo resolvido. Ainda por mais, aquela nojeira saia logo logo no meu lugar. A coisa fica mesmo entre o meu lugar e mais de um outro vizinho que pelos vistos, nada fez. Quarta-feira lá vou eu bater à porta de um dos que tinha ficado encarregue do prédio. Nada de atender. Vou à outra, nada. Passa quarta-feira, passa quinta-feira, passa sexta-feira, nada se resolvia. Não encontrava ninguém em casa. Ainda por cima, o maravilhoso, os contactos e tudo está com quem efectivamente fica responsável pelo prédio, nas pastas. Fica tudo guardado na sala de reuniões do condomínio e a chave fica à mercê dos mesmos. Por isso, estava com as mãos e pés atados. Fim-de-semana, só no domingo à noite é que consegui falar com um dos responsáveis, a vizinha.  Não sabia nada de nada. Não sabia como havia de resolver a situação, além de que ainda queria perceber como tinha ficado ela responsável sem sequer a terem-na perguntado tal coisa. Logo percebi que ali não ia conseguir resolver nada. Entretanto no decorrer da curta conversa que tínhamos tido, diz-me que a vizinha do 6º andar (a tal que pôs a moto no meu lugar na garagem e que agora nem uma saudação verbaliza. Educada, portanto.) ainda estava encarregue. Pois ainda não se tinham reunido para que passassem as pastas e tudo mais. Lá pensei para o meu decote: "lá tenho que ir à toca da dita...".
Respirei fundo e lá fui bater-lhe à porta. Abre-a com aquela cara de carneiro mal morto. Explico-lhe o que me levava ali, responde-me secamente e depressa: "eu não tenho nada haver com isso. Já não sou eu que estou à frente do prédio." - Volto-lhe a repetir calmamente o que a outra vizinha tinha dito. Volta a ripostar completamente atabalhoada: "porque não faz a vizinha? Sabe quem fez da outra vez que se deu o mesmo? Fui eu (orgulhosa de tal façanha)!" - Respondi-lhe incrédula: "desculpe?! Por carga de água está a dizer-me para desentupir o esgoto do prédio?! Porventura não pago o condomínio? Porventura não há dinheiro para se chamar alguém? Porque o fez? Alguém a obrigou ou disse para fazê-lo?." - Começa a falar para não sei quem porque deixa de olhar para mim e continua enfim, nem sei como qualificar tal linguagem. Uma falta de educação, de tudo, caramba! "São ingratos! Está uma pessoa a pensar no bem do prédio, em poupar e depois ouve isto. Continua a alucinar. Porque não liga a vizinha?" - Comecei a rir e a pensar em que filme tinha-me ido meter. Cortei com a conversa porque ela já estava a estrapular. " Não ligo por uma razão muito simples. Não sou eu que estou encarregue do prédio. Para alguma coisa são nomeados duas pessoas neste prédio. Duas. Duas para que as coisas estejam sempre em ordem. Acho um absurdo você agora questionar-me porque não ligo. O que vim aqui fazer foi informar. Porque pelos vistos fui a única que detectei a "anomalia". Acho estranho tantas pessoas usarem o parqueamento, o prédio, e ninguém, ninguém se dar conta. Ninguém dizer nada, inclusive você. Deve ser, deixe ver, pelo esgoto ter rebentado justamente no meu lado do parqueamento. Deve ser por isso que as coisas andam assim. Só que as pessoas são tão egocêntricas que esquecem-se que o prédio é a casa de todos. Rematei a conversa em dizer que já tinha feito o que me tinha levado ali. Responde-me que só no meio da semana que conseguia resolver.

Ontem, toca-me à campainha. Era ela. Com as mãos sujas de merda, um cheiro que minha nossa, com aquela cara de sei-lá-bem-o-quê e diz: "pronto, vizinha, já está!" - Nem queria acreditar no aparato que me apresentava. Devia estar com cara de parva perante tal visão dos infernos: "mas fez isso novamente?! Qual a necessidade?! - Gloriosa por tal acto responde: "sim, fiz!" - E então, e o que quer que lhe diga?!" - Olhou-me com aquela cara de sapo e foi-se embora. Pensei enquanto fechava a porta: "ele há com cada uma...".

13 comentários:

  1. Condomínios, o inferno na terra, quase como na escola, somos obrigados a viver com gente que não gostamos e nos casos mais extremos, com verdadeiras bestas!!

    ResponderEliminar
  2. Ahahaha a sério...que pessoa mais merdosa, literalmente :P

    ResponderEliminar
  3. Raios partam, parece que as pessoas fazem de tudo para não se darem bem. Uma boa relação com vizinhos, eu acho que é importante. Mas depois há dessas pessoas que apesar de serem parvas gostam de ser as maiores...uuuhhhh

    PS: diz-me por favor que a senhora estava de luvas...certo?

    ResponderEliminar
  4. Pá, se calhar a Srª até gosta...

    LOL

    :)

    ResponderEliminar
  5. Por algum motivo prescindi de algumas "benesses" de morar na cidade e fui morar para a "aldeia". Não tenho que me preocupar com condomínios.

    :)

    Beijo

    ResponderEliminar
  6. Aqui, somos 5 inquilinos. Nunca houive condomínio mas todos cuidamos do que ´preciso.
    Fala-se, combina-se e arranja-se.
    Essência, a fulana quis orgulhar-se, mais uma vez, da merda que ela é, mostrando-te a merda para a qual ela queria um agradecimento, uma honra, uma glória.
    Mas tu destes a resposta certa.
    Beijinho

    ResponderEliminar
  7. É provável que ela goste desse trabalho. Ou então quis redimir-se.

    ResponderEliminar
  8. Só tenho uma coisa a dizer, essa tua vizinha não é nada normal! :O

    ResponderEliminar
  9. Compreendo que da tua parte possa haver indignação, e bem alicerçada, mas não conhecendo a senhora como (poderia) tecer qualquer tipo de comentário? "Ele há com cada uma...".

    ResponderEliminar
  10. Há gente que gosta de estar na merda...--'

    ResponderEliminar
  11. Miss, Puple,

    Uma palavra forte essa, hã? Diria antes que falta à vizinha traquejo para lidar com os demais e, por isso por vezes comete excessos que enfim, deixam a desejar.

    Sónica,

    Não, não estava com luvas. Foi mesmo ao natural.

    Ulisses,

    Ou não se importa. Não lhe faz confusão. Assim como a ela não lhe faz, há quem faça. Há quem se importe. Há que saber respeitar ambos os lados. No entanto, o que ela não pode esquecer é que pode querer que todos sejam como ela. Por isso há uma conta onde vai parar todos os meses dinheiro para essas e outras eventualidades. Se fosse para os próprios condóminos fazerem as coisas no prédio, hão havia necessidade de se pagar condomínio, digo eu.

    NI,

    E fizeste tu muito bem! Deixa que assim que tiver oportunidade faço também.

    Maria,

    Estou a ver.

    cantinho,

    Este prédio é de sete andares, onde há três portas por cada piso. É só fazer contas de quantos somos. Essa facilidade de entre ajuda e tudo mais é mais complicado. Um prédio pequeno, quase que são "família", mas no prédio com muitos moradores é quase impossível. Pois são horários, vidas e tudo mais diferentes. Já para irem às reuniões é uma carga de obra, quando põe em horários complicados então muito mais, que se dizer em ser-se assim? Por isso mesmo é que existem, aqui no prédio, duas pessoas, duas, para gerir todos os berbicachos que surjam. Por isso é que se paga condomínio. Agora, o que as pessoas não podem é pôr questões pessoais (quando as pessoas pensam que existem) no meio de questões do prédio. Foi o que aconteceu. Agora, em relação à atitude da vizinha, onde ela pecou, foi tentar transferir a sua responsabilidade ou de quem está à frente do prédio, por despeito, por sei lá, pelo que ela lá pensou, e por isso agiu como agiu e só pôs os pés pelas mãos, mais uma vez, porque o episódio do parqueamento, enfim, diz muito... o que ela quis mostrar, quando estava com aquele ar glorioso é que não estava a mandar postas de pescada para o ar quando afirmou que da outra vez que o esgoto rebentou tinha sido ela a fazê-lo. E foi lá mostrá-lo. Tem estômago. Eu, não tenho.

    Vee,

    Pode ser uma hipótese.

    Sue,

    Não é. Como costumamos dizer, é uma osga com dois olhos.

    Yellow,

    Sim, com quem quem está no convento é que sabe o que lá vai dentro.

    Nada,

    Podia dizer que seria por necessidade. Não é o caso, pois há dinheiro no prédio. Posto isto, não entendo, como deixei claro no post a atitude que teve. Só ela saberá.

    ResponderEliminar
  12. Deixo em jeito de rodapé (já que não consegui enviar tudo na mesma mensagem) o que me levou a escrever este post. Já que muitos de vós ganharam aversão à vizinha de tal forma que se excederam um pouco nos comentários. Não havia necessidade. Compreendo que queiram tomar as minhas "dores", mas há formas e formas de expressar a intenção.

    Quando quis partilhar convosco este post foi como um desabafo no sentido de estar pelas tampas com esta vizinha. Porque moro neste prédio vai fazer 11 anos e nunca, nunca tive nenhum stress com nenhum morador. E, desde que esta vizinha veio morar para o prédio, há sempre stress com os outros vizinhos e, claro, havia de chegar o meu dia, também. Chegou, quando saí na rifa com o anterior episódio do meu lugar de estacionamento. De facto esta senhora é uma personagem do outro mundo. Falta-lhe tudo. É uma osga com dois olhos, como costumo dizer. É um facto. Mas também, não nos podemos esquecer que, episódios tristes, caricatos e outros que tais existem em Todos, Todos os prédios. De uma forma ou de outra, não acredito que ninguém, mas ninguém não tenha um, um episódio para partilhar com uma vizinha ou vizinho que seja uma osga com dois olhos. Faz parte. Vivemos em sociedade e como tal estamos sujeitos a levar com pessoas que nada têm haver connosco. Mas temos que levar. O que a grande maioria pensa, infelizmente, e depois age em conformidade com tal pensamento é que a sua habitação começa da porta de casa para dentro, quando é um erro tremendo!! A nossa habitação começa da do prédio para dentro. E como tal, tudo o que esteja relacionado com ele, diz respeito a todos, todos os moradores! É que pensar desta forma e agir em conformidade com tal pensamento, fazia, faz uma grande diferença. Não tenho dúvidas!

    Mesmo de forma atabalhoada, obrigada pelo "apoio". :)

    ResponderEliminar

"Eu não escrevo em português. Escrevo eu mesmo".♥ - Fernando Pessoa

A essência que queres partilhar comigo é?...