quinta-feira, 6 de março de 2014

Há homens que se superam, para pior...

Quando vou buscar a Zunfinha, costuma haver pais, avós e afins à espera no portão que chegue a hora ou então (mediante o caso) há espera que os miúdos se despachem. E quando me calha na rifa ter que esperar a senhorita Zunfinha, por vezes acontece na mesma altura que um pai, que por acaso o filho é colega de sala da Zunfinha aproveitar a espera para pôr conversa (coscuvilhice. Ainda dizem das mulheres...), para, para passar o tempo. Soa melhor já que não tenho tema de conversa com essa pessoa. Confesso que não vou muito à pinta com o fulano. Acho-o assim, como hei-de escrever, pintas. Sim, muito pintas. Contudo, o mais interessante é que o fulano não tem razões para se achar assim. Mas faz-se achar. Não gosto de homens pintas com a puta da mania que são a última coca-cola do deserto. Não gosto. Ora, se já não tinha lá muito boa impressão do fulano, a partir daqui, piorou. Não sei o que lhe deu desta vez, pois se das outras vezes eram conversas triviais, sobre o tempo, o trânsito, o estado do país, desta, sem nada prever, desata a desbobinar partes da sua vida (mais concretamente da sua separação e problemas com a sua ex e filho) como se não houvesse amanhã (talvez pensasse que não teria outra oportunidade para destilar tais coisas da boca). No inicio tentei ficar à margem, afinal mal o conheço. Mal o conheço, não o conheço, ponto. Só bom dia. Boa tarde e pouco mais. Não sei francamente o que lhe deu (devo ter um dom qualquer que faça as pessoas desbobinar partes da sua vida, deve ser isso). Bom, começou com as suas lamentações de pobre homem separado que tem imensos problemas com a ex e por arrasto com o filho, blá, blá, blá, pardais ao ninho... Quando o assunto foi só ele e ela, limitei-me a ouvir, simplesmente (mas a pensar para o meu decote que por mais razão que tivesse, perdeu-a ali. Ficou-lhe tão mal enxovalhar a ex assim. Porque mais do que ser a ex-mulher é, e sempre será, a mãe do seu filho. Há pessoas que não se tocam, e principalmente, não têm dois dedos de testa para pensar um pouco mais além). Agora, quando o assunto foi para a criança, e ele começou a dizer que a criança tinha problemas aqui, problemas ali... Notava desmotivação na escola. Notava comportamentos diferentes quando vinha da mãe e quando ia para a mãe... Pronto, não me segurei e disse-lhe, com todas as letras "leve-o a um psicólogo. Ninguém melhor que um especialista para o/os ajudar nesta fase da vida do seu filho que também acaba por ser a vossa." - A reacção dele foi ficar petrificado. Ao vê-lo assim continuei "admira-me nos tempos de hoje as pessoas ainda terem tanta aversão ao psicólogo. O vêem como um bicho-papão. Pensam que é para malucos (!), ou outra coisa do género. É como as pessoas que estão a fazer dieta. Têm uma aversão ao nutricionista que até dá dó. Não percebem que é um complemento. São apenas profissionais capacitados para ajudar no campo que só por acaso essas determinadas pessoas precisam. Há que enfrentar os problemas de frente e arrancá-los pela raiz. O seu filho está a atravessar uma fase que você não está a conseguir resolver, nem está a saber lidar. Então, procure efectivamente quem o possa ajudar. Acredito que grande parte (senão toda) do problema verá solucionado." - Remédio santo para o dito perder a pica para continuar a «tricotar». Não que fosse essa a minha intenção quando mencionei o psicólogo. Mas além do fulano ficar apático e em negação, pôs o rabinho entre as pernas e foi embora com o garoto. Espero sinceramente que reflicta e que aja em prol do filho.

Dói-me a alma quando vejo casos assim, onde os pais utilizam os filhos para retaliação do cônjuge. Há muito, mas não devida de haver, não. Diz-se tanto desses seres, tanto...

9 comentários:

  1. A Minha Essência

    Infelizmente quando há uma separação e existem filhos pelo meio, são raros, muito raros os pais que não utilizem os filhos para as chantagens mutuas!

    Já no que diz respeito aos psicólogos…a visão já mudou bastante!
    No caso concreto dessa criança, cabe também à escola estar atenta e encaminhar a criança para o(a) psicólogo(a) da escola!

    Bjs :)

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  2. hey, here i´m to speak my heart out...!!! LOLOL
    Pois é...Vamos por partes..
    1ª parte.. o moço têm a necessidade de desabafar... têm !!! ... como quase todos os humanos, por vezes temos a necessidade de tirar de nós, coisas que nos afectem... que nos preocupem... às vezes boas outras vezes más... às vezes é simplesmente bom dizê-las... mas dentro deste desabafo, podem existir muitas outras coisas adjacentes, como por exemplo o andar desde já à pesca, à caça...e elegeu-te a ti como presa... de um ponto de vista masculino podem ser algumas as coisas que levam a isto...como por exemplo nunca ter-te visto acompanhada de um / do homem (desculpa-me mas não sei, não me lembro se já falaste ou não se o pai da zunfinha é o teu companheiro ou não, mas também não interessa para o caso)...logo pode presumir que és presa "single"... e não vou alongar muito mais...
    Já para a 2ª parte.. o psicólogo... (desde já informo que por acaso é essa a minha área, onde estou a estudar actualmente, logo contra mim falo...).. mas sou da opinião que nem todos os comportamentos... nem todas as crises, nem todas as mudanças de humor ou espírito da criança / adultos, deva ser ou possa ser acompanhada por um psicólogo... Por vezes... um desconhecido...um amigo...um blog... pode ser o suficiente para "curar" tudo isto... Mas numa coisa concordamos... a grande maioria das pessoas têm uma enorme aversão aos psicólogos... mas já têm mudado muito... e uma coisa digo... NÓS OS PSICÓLOGOS (ou futuros) é que somos completamente alucinados do pirolito...não quem vêm a nós para se tratar.. !! lolol

    P.S. - desculpa pela extensão do texto...ehehheh

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  3. O homem precisava desabafar... e engraçou contigo.
    Há ainda grande resistência em ir ao psicólogo, não só porque não queremos ser vistos como "maluquinhos" mas também porque pode ficar (fica) dispendioso, muitas vezes acho que este até é o grande problema.

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  4. Como eu sei o que isso é...depois, lá está, são os filhos que sofrem e isso reflecte-se em tudo. Só os pais não vêem porque o umbigo é mais importante do que a saúde mental dos filhos. Psicólogo? Isso passa - dizem muitas vezes. A má índole, falta de discernimento, falta de educação e respeito para com os filhos, depois um dia arrependem-se...
    Como disseste e bem o pai/mãe são para a vida, só há um de cada, acho mal qualquer um dos cônjuges falar mal do outro na presença dos filhos, acho mal as discussões na presença dos filhos...acho mal imensas coisas...
    Sabes que mais? Os pais também deviam ir ao psicólogo.

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  5. Acho que tipo em causa queria era "farturas"! Há quem compre um cão para o ir passear e aproveitar para ver se arranja "farturas", há quem vá esperar o filho à escola com o mesmo objectivo!

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  6. Sabes o que isto me parece???
    Vitimização para ver se o engate se dá!!

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  7. Assim que li os comentário na diagonal pensei para o meu tímido decote: "estão doidos!"

    Beijo Molhado,

    As escolas primárias públicas não conheço nenhuma que tenha psicólogo. A da Zunfinha não tem e nem as dos arredores. Pelo menos que eu tenha conhecimento. No entanto, percebo o teu ponto de vista, mas apesar da escola ter um portante papel na vida das crianças, há decisões e atitudes que têm ou deveriam partir dos pais. ;)

    Eu Sou Eu,

    Muito me ri com o teu comentário. A primeira parte. Bom, não me quer parecer que seja com essa intenção que o senhor se dirigiu a mim. Mas se for, está a perder o seu tempo. Porque como disse no post, não gosto de homens pintas. Não gosto de homens comadres. Não gosto de homens que se fazem de coitadinhos. Não gosto. E ele, reúne muito do que não gosto num homem, por isso, não preciso dizer o desfecho, pois não? ;)

    Quanto à segunda parte, discordo contigo. Discordo pelo contexto do post. Estamos a falar de uma criança que tem 8 anos. Que está a viver a separação dos pais da pior maneira possível, já que os pais o utilizam como arma de arremeço e isso está a reflectir-se na escola e nos comportamentos que ele tem tido. Depois, para ajudar, os pais, não sabem lidar nem com a situação deles como casal e nem com a situação do filho e nem sabem estar e agir como pais, pois estão em completa negação, é complicado. Ora que assim sendo, penso que aqui, claramente, não é um blog, um amigo, um familiar que poderá ajudar grande coisa. Se os pilares principais (pais) não conseguem, não será um blog, um amigo ou um familiar, por mais boa vontade que tenha que vá conseguir resultados satisfatórios. Logo, procura-se quem é especializado. Digo eu, que sou uma leiga. ;)

    Vee,

    Desculpa, mas não é desculpa. Não é desculpa o facto de ficar dispendioso. Há psicólogos em centros de saúde. Há psicólogos nos hospitais. Não se pode despender desse dinheiro em particular, ora!, arranjem soluções, que as há! Não podem é cruzar os braços. Porque se se vê tantas crianças "rebeldes", "problemáticas", por alguma razão é. Não se pode só dizer "é malcriado. Não tem educação." - Nem sempre passa por aí. Ou só por aí. ;)

    Sónica,

    Sabes que os pais quando levam os filhos a um psicólogo, automaticamente eles também entram em todo o processo. Talvez por isso, muitos deles não queiram se sujeitar a tal. Porque também acabam por serem avaliados/analisados. Penso que a grande maioria dos pais vê o grande entrave por aí. Saberem que irão se expor, também. Principalmente quando sabem que têm uma grande cota de culpa em toda a situação que está a atormentar a criança. Reforço: toda a criança quando é menor, os pais, enfim, quem está a cargo deles, têm que participar. O psicólogo não se vai basear somente no que a criança diz. Há que haver toda uma base sólida por trás. É dada pelos pais ou o responsável do menor. ;)

    Enfant,

    Mais um a viajar na maionese... ;)

    Inês,

    Olha, outra. Vitimização, sim. Para engate, não. ;)

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  8. Primeiro, pensei que se estivesse a faze ao piso (como se diz cá no norte), depois, precebi que o fulano está com problemas.
    Na verdade, um psicólogo ajuda a resolver o problema dos pais e dos filhos.
    Depois ainda, tu és "pontos nos "i"s.
    Por último gostei d"pintas" e da "puta da mania"...não me leves a mal, mas sinto como se fosse eu a escrever, estas tuas palavra.
    Amei!
    Beijinho


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  9. Uma separação, numa família, não é uma separação de um casal. Não pode ser levado da mesma forma, tem de haver uma maior preocupação e sentido de responsabilidade. Se não conseguem por si sós ultrapassar, especialmente, os "danos colaterais", então, o melhor é o recurso a especialistas.

    Sem querer fazer juízos, não sei se o psicólogo será o suficiente para o pai da criança.

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