quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Não posso crer que ainda não tinham notado a minha ausência. Não posso crer...

É que corto já os pulsos. Atiro-me da janela. Mando dois (três, vá) berros. Dou uns quantos pulinhos e outros tantos gritinhos histéricos. Ponho em causa a minha existência na blogosfera. Entro em depressão. Isto, isto e muito mais pelo vosso "silêncio"...

Oh, que cabra ingrata que estou a ser, estão a pensar vocês. Digo, quem pelo menos se deu ao trabalho de enviar um email a perguntar de forma tímida (achei delicioso, no sentido de não quererem incomodar) se estava tudo bem, pois a minha ausência tinha sido abrupta, mas sentida  (opinião de alguns).

De facto têm razão para ficarem alarmados. De facto há razões para este silêncio abrupto. Vamos por partes.

Não é normal (de todo) este silêncio só porque sim. Não é normal este descaso ao blog e a quem cá vem.  Porque assim como eu sei, muitos de vocês também o sabem e questionaram (e bem) isso mesmo. Engraçado perceber que alguns de vocês já me vão "conhecendo" um pouco, mesmo que, e só (sendo tanto ou mais até) mentalmente. Reconforta-me perceber que alguns não andam aqui por andar e, nem vêem cá só por vir.

Os emails começaram  a chegar três dias depois da última postagem (sexta-feira, 1-11-2013), ou seja: na terça-feira (5-11-2013), mas só vi, só tive acesso ao computador ontem (6-11-2013). No meio de tudo o que me aconteceu, em alguns momentos (segundos) consegui pensar nisto (blogosfera), mas depressa voltei a tirar o sentido, por tudo. Mas, nunca, nunca pensei que viria encontrar tanta preocupação, tanto carinho por parte de algumas pessoas como encontrei. Comovi-me quando li. Encheu-me o coração, a alma. Oh, se estava (estou) frágil, depois fiquei mais. Porque só pensava: "caramba, ninguém me conhece. Ninguém sabe como sou. Venho aqui todos os dias debitar as minhas tontarias, alguns devaneios, outras tantas casmurrices entre o feitio que se vai dissolvendo por isto tudo, e só." Pensava eu... Mas não. Há quem seja como eu ou tanto ou mais até. Digo, tontinho. Sim, porque sentir falta disto, só pode, Quanto à preocupação genuína (senti nas entrelinhas dos emails), só tenho a agradecer, com um imenso bem-haja.

Sabem? Sempre disse que queria que as pessoas viessem à Roupa Prática pela verdadeira essência da blogger, ou seja: que se sentissem cativados pela mente e não somente por um corpo ou uma cara laroca. Penso que consegui esse objectivo. Nem calculam o quão feliz fico por esta façanha. Muito. Muito mesmo!

Sexta-feira (1-11-2013) a meio da manhã senti uma sensação estranha. Algo que de facto nunca tinha sentido e que demorei um pouco a identificar. Senti umas palpitações, qualquer coisa na zona do coração. Pensei depressa que se me deitasse um pouco passaria. Assim fiz. Deitei-me, mas nunca mais me levantei... Pelo menos não pelos meus pés, não por mim.
Assustei-me com aquela sensação (se é que a posso qualificar assim). Assustei-me e resolvi ficar quietinha para que passasse. Perdi a noção do tempo. Nos entretantos a minha mãe liga-me. Obviamente que não estando bem ela notou. Ligou a uma das minhas irmãs que me liga de seguida. Desvalorizei, não quis preocupar ninguém. Não quis incomodar ninguém. Ali permaneci no sofá, com o telemóvel ao lado. A sensação tinha passado, mas o corpo estava a ferver e as dores tinham passado para as costas. Só pensava em manter a calma por causa da asma. Não podia desencadear uma crise de asma. Não ali. Não naquela situação. Mas as dores iam aumentando. A calma, essa, ia-se desfiando com a angustia do que sabia que estava a acontecer pelos sintomas. E, sabia que teria que esperar por ajuda na altura devida. Quando viessem-me trazer a Zunfinha, pois não me conseguia levantar para abrir a porta. Sabia disso. Sabia que teriam que voltar para trás para buscar as chaves. O tempo passava, as dores aumentavam. Já não tinha norte. Estava a perder as forças, estava exausta. Extremamente exausta. Tudo aconteceu como previ. Chegaram à porta e não me consegui levantar. Voltaram para trás para buscar as chaves. Entretanto chamaram o 112. Chegaram em simultâneo (relatos posteriores, pois perdi a noção de tudo. Os três dias que se seguiram, não me lembro de nada). Chegada ao hospital e exames feitos, uma grande (sim, a médica disse grande) infecção nos rins (e pela demora da recuperação...). Fui para casa (pais) ainda com dores, mas com uma mão cheia de comprimidos SOS até comprar a catrefada (cinco caixas) de medicamentos que me receitaram. Passei a noite de sexta para sábado em casa dos meus pais (coitados, nem dormiram), no sábado fui para minha casa. E cá tenho permanecido. Com o meu anjo da guarda que tem sido incansável comigo. Estou acamada desde então. Os três primeiros dias passei praticamente a dormir e a tomar medicação. Sentia-me (estava) completamente topada, sem noção da realidade. Aliás, estava completamente alienada a tudo. Passei por um pouco de tudo. Febres altas, dores, convulsões, dores, delírios, dores, dores, dores, náuseas, dores, confusão mental, dores, esquecimento, dores. Enfim, um mimo. Desde ontem (6-11-2013), as dores só estão quando a medicação passa o efeito. Já não passo tanto tempo a dormir. Mas o mau estar pelo facto de estar acamada, esse, ninguém me tira. Não consigo andar. Tenho que ser levada ao colo. Estou fraca, muito debilitada. Agora é aos pouco. Hoje (7-11-2013) tentei dar uns passos, consegui, mas as dores foram imensas. Mas consegui!
Bom, por hora é tudo. Penso que fiz uma boa suma dos acontecimentos.

[Peço perdão por alguma falta de incoerência no texto, se houver, mas ainda não estou a 100%. Para que conste, comecei a escrever o texto às dez e tal da manhã e, só agora (16:23) é que termino (quase, vá). Tive que fazer várias paragens para descansar o corpo e a mente para conseguir retomar e escrever alguma coisa com lógica. Legível, portanto. Foi um esforço imenso da minha parte, foi, mas senti, sinto que vocês merecem tal esforço. Obrigada pelo carinho. Agora só retomarei quando estiver a 100%. Até já.

P.S.- Desculpem não responder aos emails, mas optei por escrever este texto e assim anunciar para todos. É-me mais fácil. De certa forma respondi mas não de maneira individual e intimista. Desculpem, sim? Um bem-haja.

P.S.- Obrigada ao meu anjo da guarda. Tem sido, nem tenho palavras. À minha Zunfinha que tem sido mais doce (como se fosse possível) com a sua mamã. Aos meus pais, em especial à minha mamã, que mesmo não podendo fez-me o meu arroz doce. Miminho de mãe, oh, que bom. Às minhas manas. Aos amigos que têm ligado. Enfim, apesar de tanto azar sou uma sortuda, essa é que é essa.]

19 comentários:

  1. Ainda à cerca de 10 minutos pensei em ti, sabias? E pensei se te enviaria ou não um email apenas para te desejar as melhoras (do pé e do resto). Juro, juro.

    E agora venho aqui e leio isto tudo e fiquei parva. Que horror, eu sei as dores que uma crise de rins dão, são alucinantes. Olha Essência, sabes que gosto de ti por isso mesmo desejo que melhores, devagar porque essa recuperação é lenta e que tenhas paciência, ok?
    E espero que regresses aos poucos.
    Ainda estou parvética.
    Uma grande beijocas/abracinho/miminho ;)

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  2. Olá. Lamento saber que te sentiste mal. isso vem mesmo de repente. Uma amiga blogger tem sempre os comprimidos SOS ao lado dela, e costuma ter isso algumas vezes por ano. Vem sem avisar. Realmente, já estava a estranhar a tua ausência e do momento do café . Deixei-te recado esta semana, mas como me tenho deitado muito cedo, pensei que era desencontro. beijos e as tuas melhoras. beijos para a tua pequenota. um abraço

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  3. Eu bem me parecia que não podia ser do corte de cabelo... ;-)

    Um ramo de :-) medicinais

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  4. De facto notei, pensei que pudesse haver algo, mas ao contrário do que costumo pensar, pensei que fosse por algum motivo positivo, sei lá, uma viagem ou coisa do tipo!
    Livra-te em não melhorar, não me queiras ver toda a minha terribilidade na sua expressão máxima!;)

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  5. Essência, tenho sentido a tua falta, sim.
    Pensei enviar-te um e-mail,mas também pensei que te terias ausentado devido ao teu problema do pé (e aqui só pensava no que poderias estar a passar) ou por motivos profissionais.
    Há minutos, entrei aqui (antes de jantar, janto tarde) e, de repente, vejo nos meus links o teu "Roupa Prática" e o título deste post.
    Cliquei de imediato, dei uma leitura, fui jantar e vim responder-te agora.
    Não quero, de modo algum, imaginar as dores que tiveste. Sei que são horríveis.
    Elas vêm quase sem dar sinal.
    Espero, Essência, que melhores rapidamente e que voltes a este teu cantinho, que sabes que és querida.
    Um beijinho e, para a Zunfinha, um xi-coração (que és tu a dá-lo).

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  6. Ja tinha dadi pela tua falta mas nunca pensei que fosse por um motivo desses...
    Desejo as melhoras e que as dores desapareçam.
    Um abracinho forte.

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  7. ja tinha vindo aqui ver onde andavas...
    espero que fiques boa depressa
    Um beijinho giganteeeee

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  8. ja tinha vindo ver onde andavas :)
    espero que fiques boa depressa

    Beijinho giganteeeeeeeeeeeeeeee

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  9. Olá. como é que te estás a sentir? melhoras da asma e do pé. um abraço e bom fim de semana. beijos

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  10. Eh pá possas :S
    Eu também não tenho andado por cá, ai que caneco ...
    As melhoras minha querida ! Não te mandei emails mas estou aqui a pensar em ti e dar-te força <3

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  11. Ohh querida! e eu que tenho andado afastada da blogolandia por outros motivos... agora fiquei parva ao ler isto!
    As melhoras, um grande grande beijo e vai dizendo como estás a recuperar!

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  12. Abracinhos, muitos, de agradecimentos pelo carinho. :)

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  13. Respostas
    1. Estou a recuperar aos poucos, obrigada. ;) Não posso já nos primeiros sinais de melhoras andar e estar como se nada tivesse se passado, mas sinto-me a recuperar. Estou no bom caminho. :) Obrigada pela preocupação.

      Abracinhos

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  14. As melhoras rápidas. Isso não está fácil por esses lados. *

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  15. Ainda que tarde... AS TUAS RÁPIDAS MELHORAS!

    PS: não é desculpa nem falta de interesse, mas sou distraída e um pouco desligada, mas se precisares de alguma coisa em que eu possa ajudar, diz!

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