segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Revejam-se. No entanto, não se acanhem em partilhar onde e, já agora, porquê.

Estou a ler actualmente (este), livro e, estou simplesmente a amar, sim. Tanto é, que quero partilhar um apontamento bastante interessante. Posto isto, passo na íntegra os capítulos pretendidos. No entanto, deixo duas ressalvas antes de prosseguir. Primeiro,  o livro apesar de estar focado para as mulheres, os homens, não podem, ou não devem se excluir, não. Assim como, não se inibirem de rever a sua cara-metade.
Segundo, o que estiver sublinhado a negrito, foi onde me revi. Tal como as apreciações. Isto porque é assim que leio um livro.

Capítulo 3

Tipos de mulheres: mentes belas e complicadas - 1
A seguir, vou descrever uma série de características das mulheres. Elas serão classificadas por tipos de personalidades. Mas, por favor, percebam que qualquer classificação é injusta e distorcida  Na realidade, as mulheres, bem como os homens, passarão por vários grupos que descreverei  ainda que se identifiquem mais com alguns deles.
Apesar da imperfeição deste capítulo, ele poderá ser interessante e educativo, em especial para observarmos como as mentes são complexas e complicadas. Não há mente inteligente que não tenha defeitos, nem mente complicada que não tenha qualidades. É provável que muitos leitores fiquem surpreendidos ao saber que mesmo as pessoas difíceis têm aspectos belos na sua personalidade. Caso se identifiquem com alguns tipos mais doentios, não se castigue, mas use a lei do maior esforço para reescrever a sua história. As flores mais belas nascem nos mais inóspitos terrenos.

Tipos de mentes femininas

1. Mulheres analíticas
Possuem uma mente analítica e avaliam reacções, elementos e acontecimentos de maneira aberta e multilateral. Reflectem sobre os comportamentos das pessoas que as rodeiam, considerando o seu tom de voz, a sua postura e o conteúdo das suas palavras. Analisam as atitudes agressivas contra si próprias e pensam antes de agir; não dão respostas imediatas, preferem ponderar sobre as melhores respostas em cada situação (depende das situações, admito. No entanto, aqui, creio que seja linear). Não aceleram o sistema de recompensa, não querem resultados imediatos. Sabem esperar, pois apreciam o processo que as leva a atingir os seus objectivos. São estrategas devido ao seu hábito de planear o futuro (já planeei mais o futuro, confesso).

Aspectos positivos. As mentes analíticas possuem uma plataforma de janelas no córtex cerebral que conduz o Eu a ser ponderado, doseado, equilibrado. São autoras da sua história. Adoram a lei do maior esforço. Costumam dar respostas profundas, pois consideram as múltiplas variáveis na sua elaboração. São admiráveis intelectualmente. Ainda que sejam bonitas tendo em conta os padrões de beleza sociais, cativam muito mais pela sua inteligência do que pelas curvas do seu corpo. Têm a possibilidade de ser excelentes profissionais, bem como vocação para a liderança e o trabalho em equipa. As mulheres analíticas costuma ser autossuficientes. Não dependem excessivamente dos outros para executar os seus sonhos ou traçar as suas metas.

Aspectos negativos. Se forem excessivamente analíticas, perdem a espontaneidade, oprimem a leveza da vida, diminuem o bom humor. Podem apresentar um baixo nível de tolerância para com as pessoas que consideram intelectualmente medianas ou superficiais. Correm o risco de se posicionar não como  seres humanos, mas como psicólogas face ao comportamento do seu companheiro, dos seus filhos e demais relacionamentos. Se não trabalharem a sua autos-suficiência e a sua «superioridade» intelectual, poderão isolar-se e ter dificuldade em construir romances e amizades. São, portanto, portadoras de um elevado risco de solidão. Apesar de encantadoras, não são poucos os homens que têm medo destas mulheres ( de facto.).


2. Mulheres observadoras
As mulheres que possuem uma mente observadora equiparam, ainda que inconsciente, o seu Eu para ter um olhar aguçado, felino acurado. Captam tudo o que se passa ao seu redor. Realizam múltiplas activas simultaneamente. São capazes de conversar, realizar tarefas e, ao mesmo tempo, reparar nas roupas, malas e sapatos de outras mulheres (diria que é mais que isto mas enfim).
Fotografam pormenores com incrível acuidade.

Aspectos positivos. As mentes observadoras, se também forem analíticas, desenvolvem uma fascinante habilidade para produzir novas ideias. O seu Eu é flexível e aberto, observam os problemas através de múltiplos ângulos. Possuem uma intuição intensa e uma imaginação livre. As mulheres com mentes observadoras veem mais longe do que a maioria das outras pessoas. A sua criatividade flui naturalmente, não é induzida ou provocada.

Aspectos negativos. O Eu das mulheres observadoras abre tantas janelas na MUC que pode perder-se nos pormenores. Nesse caso, há o risco de não se focarem nos grandes objectivos. A falta de foco prejudica a realização dos sonhos. Podem dar uma atenção exagerada a critica, rejeições, incompreensões, perdendo assim a protecção emocional.


3. Mulheres contemplativas
Nem todas as mulheres com mente observadora são contemplativas, mas todas as mentes contemplativas são primeiramente observadoras. As mulheres contemplativas são psiquicamente privilegiadas. Escrevem uma belíssima história emocional.  Fazem um espectáculo dos pequenos acontecimentos. Transformam as pequenas coisas num espectáculo aos seus olhos (já fui mais assim, em tempos...). Por terem um Eu contemplativo, elas aperfeiçoam a arte de deduzir e induzir. Ultrapassam os limites do sistema sensorial, vislumbram o que está por trás das imagens e ouvem o que os sons não declaram.

Aspectos positivos. As mulheres contemplativas vacinam-se contra o consumismo. Ainda que tenham uma excelente condição financeira, consomem o necessário. Os seus valores são interiores. São emocionalmente tranquilas e intelectualmente profundas  São críticas do sistemas social e da cultura dos famosos, pois sabem que cada ser humano é único. Adoram ser introspectivas, imaginar, espiritualizar e filosofar. Sabem homenagear a vida e encará-la como um espectáculo imperdível. Gozam a vida intensamente. Têm um bom nível de resiliência  enfrentam com dignidade e sabedoria as suas dificuldades. São generosas, tolerantes, altruístas e preocupadas com o futuro do planeta e da humanidade. Quando uma mente contemplativa se torna também analítica, cria-se um meio de cultura ideal para se produzirem as grandes ideias. Uma grande pensadora possui uma mente analítico-contemplativa.

Aspectos negativos. Se forem excessivamente contemplativas, podem desconectar-se da realidade concreta, isolar-se e permanecer no mundo dos seus pensamentos. Se fizerem viagens mentais, filosóficas e espirituais inadequadas e constantes, é possível, pelo menos em alguns casos, que não criem vínculos ou pontes adequadas com os filhos, os amigos e o companheiro. Podem, inclusive, alienar-se socialmente e oprimir o prazer do diálogo e de se abrirem. Neste caso tornam-se individualistas, vivem ensimesmadas e podem aprisionar-se numa cela psíquica. Exceptuando  esses riscos, possuir uma mente contemplativa é uma dádiva. Em todos os ciclos escolares as crianças, os adolescentes e os universitários deviam ser estimulados a desenvolver este tipo de mente.


4. Mulheres-casulo
As mulheres com mente «casulo» fecham-se em si próprias (essencialmente depende da fase que se está a viver, sim). São intimistas, introvertidas, tímidas. Têm apreço pela leitura, e uma propensão para a intelectualidade, ou seja, para o desenvolvimento da mente analítica. Podem ter dificuldades em partilhar sentimentos e em verbalizar os seus conflitos, enfim, em falar de si próprias. Ao longo do processo de formação da personalidade, estas mulheres produziram janelas que as deixam de pé atrás no que diz respeito às relações. Apesar disso, nem sempre têm medo de se entregar e confiar nas pessoas.

Aspectos positivos. Costumam ser fechadas, mas humanas; tímidas, mas generosas, embora tenham dificuldade em demonstrar o afecto. São sensíveis e preocupadas com a dor dos outros, embora raramente cuidem de si mesmas. Costuma preocupar-se em manter a palavra e cumprir os seus compromissos. Têm um sentido de ética tão forte que preferem sair magoadas a ferir os outros. Pensam antes de agir e falar, às vezes excessivamente. São muito discretas.

Aspectos negativos. Não se sentem confortáveis em novos ambientes sociais nem em ser o centro das atenções. Em situações como festas e jantares sentem-se, às vezes, observadas. Têm uma rede de relacionamentos apertada. Apesar de se fecharem no interior do seu «casulo», não possuem grande protecção emocional, por isso, os pequenos problemas, as decepções e as frustrações causam grande impacto nelas. Nos seus relacionamentos amorosos, estas mulheres correm o risco de se fechar em torno do casal e, portanto, de se distanciar dos pais, de outros parentes e amigos. Há casos em que esse distanciamento se torna o terror das sogras amáveis e generosas. O isolamento do casal não produz a estabilidade desejada, pois priva-a de ter uma rede de amigos como fonte de apoio para partilhar sentimentos e sofrimentos. As mulheres com mente «casulo», só vincularem-se a algumas amigas, fazem-no com tanta intensidade que ficam muito magoadas quando não correspondidas, quando rejeitadas ou incompreendidas.


5. Mulheres stop-shop
Para estas mulheres o cartão de crédito e os centros comerciais são as maiores invenções humanas. Vivem fascinadas pelo ter, embora nem sempre abandonem o ser. Adorajóias  malas, sapatos, roupa (q.b por favor!). E, acima de tudo, gostam de empréstimos, adoram comprar a prestações. O cartão de crédito é, portanto, a sua arma, o seu solo, o seu oxigénio. Não podem ver uma loja aberta que ficam vidradas na montra, por isso o nome stop(pare)-shop(loja). Os centros comerciais levam-nas ao êxtase total. Para infelicidade dos seus maridos, são capazes de permanecer horas, ou até dias, se as deixarem, a passear de loja em loja. Têm uma forte tendência para o consumismo, mas nem todas são compradoras compulsivas. Mesmo que não sejam consumistas, adoram experimentar roupa nas lojas. São capazes de vestir diversos modelos, inclusive números abaixo dos seus. Saem, às vezes, sem comprar nada, depois de aliviarem a ansiedade, mas deixando enervadas as vendedoras.

Aspectos positivos. Não pensem que estas mulheres não têm características positivas. Têm e muitas. As mulheres stop-shop costumam ser agradáveis. Gostam não apenas de se presentear, mas de presentear os filhos, o marido, os amigos. No geral são bem-humoradas, frequentemente mais do que a mulher analítica. São sociáveis, adoram das festas e jantares. Algumas sentem um elevado prazer em servir, satisfazer e extrair o sorriso dos outros. Distribuem elogios com facilidade. Vivem o presente, não têm a necessidade neurótica de ser a mais rica do cemitério (muito bom de facto).

Aspectos negativos. Apesar das características saudáveis, estas mulheres deslumbram-se com o ter. Muitas não pensam no futuro. Por recorrerem excessivamente ao crédito, vivem por vezes atoladas em dívidas. Esquecem-se da tese «O dinheiro traz prazer, mas a falta dele traz uma tremenda dor de cabeça». O seu Eu torna-se escravo de «necessidades não necessárias». Adoram a lei do menor esforço. O seu sistema de recompensa é imediato. Diante de um objecto de desejo, os seus níveis dos neurotransmissores dopamina  e serotomina aumentam e transformam o acto da compra num momento mágico, capaz de elevar a emoção aos céus do prazer. Mas horas depois o seu Eu cai na realidade, o que as leva ao inferno do sentimento de culpa. As suas vidas baseiam-se no ciclo ansiedade-posse-prazer-culpa-ansiedade. São mulheres maravilhosas, mas precisam de desenvolver uma mente contemplativa que aprenda a reconhecer aquilo que o dinheiro pode ou não comprar.

6. Mulheres impulsivas

Reagem segundo o fenómeno de «pagar na mesma moeda», são vítimas da acção-reacção. Não deixam nada por resolver. O seu Eu não é gestor dos seus pensamentos e muito menos da sua língua. Dizem o que pensam. Devido à quantidade de janelas traumáticas na MUC e na ME construídas ao longo da sua história, tornam-se extremamente reactivas: à mínima contrariedade dos filhos, alunos, companheiro, amigos, rebatem com agressividade.

Aspectos positivos. São mulheres determinadas, sabem o que querem, embora atropelem quem esteja no seu caminho. São produtivas, criativas e, às vezes, imaginativas e sonhadoras. São agradáveis desde que não as contrariem. Algumas mulheres impulsivas estão conscientes da sua falta de controlo e sofrem por isso. Deveriam equipar o seu Eu para trabalhar as leis fundamentais das relações saudáveis, propostas nos capítulos mais adiante, de modo a protegerem a sua emoção e aprenderem a pensar antes de agir.

Aspectos negativos. Magoam com facilidade quem está à sua volta. Plantam janelas killer na cidade da memória de quem mais amam.  O seu Eu tem um baixo nível de tolerância à frustração. Deixam todos os que lhe são próximos na expectativa de ver qual será o seu humor naquele dia. Ainda que sejam pessoas fascinantes, as suas palavras e reacções impensadas e impulsivas geram uma fonte de atrito com o companheiro, os filhos e os amigos. Às vezes, têm uma necessidade neurótica de os mudar. Estabelecem facilmente relações sociais, mas são igualmente rápidas a destruí-las. Têm uma grande hipótese de contribuir para a ansiedade e intolerância dos seus filhos porque não lhes ensinam a arte da paciência. Algumas mulheres impulsivas consideram que se limitam a dizer o que pensam, mas tal característica é mais reflexo do seu descontrolo do que da sua maturidade. A impulsividade é um mecanismo vicioso do Eu que não aprendeu o alfabeto da arte de pensar antes de agir, nem da oração dos sábios: o silêncio.
Uma pessoa impulsiva não muda simplesmente por construir janelas light solitárias dessas funções da inteligência. Ela precisa de treinar a lei do maior esforço para construir, ao longo de meses ou de anos, bairros inteiros na cidade da memória.

7. Mulheres autónomas/transparentes

Reflectem socialmente o que na realidade são: verdadeiras, rectas, transparentes com os outros e, acima de tudo, consigo mesmas. Não dissimulam os seus sentimentos, nem disfarçam os seus conflitos. Estão emocionalmente protegidas, não esperam muito dos outros. Possuem um Eu maduro e espontâneo. Não têm medo de falar das suas lágrimas, crises e dificuldades. São, acima de tudo, naturalmente belas. Têm uma autoestima elevada e uma autoimagem sólida. Não se sentem deusas, mas seres humanos conscientes de que todos possuem qualidades e defeitos.

Aspectos positivos. As mulheres autónomas possuem uma consciência plena da sua beleza exterior e interior, mesmo que estejam fora do padrão tirânico de beleza. Não sentem uma necessidade vital de procedimentos estéticos, e se seguirem esse caminho não será para ficarem bonitas, mas para cristalizarem a beleza que têm a certeza de já possuir, A sua mente é o próprio espelho; não têm, portanto, medo do espelho físico. O tempo não é o seu carrasco nem as cicatrizes o seu algoz. Não têm medo de dizer a sua idade, porque são como o vinho: quanto mais envelhecem, mais belas ficam. O seu Eu é um bom autor da sua história. Não são vítimas do passado, nem das mazelas do presente, e muito menos das tormentas do futuro.

Aspectos negativos. Apesar de possuírem uma mente inteligente e uma personalidade madura, as mulheres autónomas também têm os seus defeitos, pois, em psiquiatria, psicologia e filosofia, todos somos produtos inacabados. Por serem transparentes, podem magoar aqueles que amam, dizer palavras adequadas em momentos inoportunos. Por se sentirem naturalmente belas, podem criticar excessivamente aqueles que têm uma preocupação neurótica com a própria imagem social. Correm o risco de pressionar aqueles que ama e enquadrar-se no seu elevado padrão intelectual e emocional. 

Capítulo 4

Tipos de mulheres: mentes belas e complicadas - 2

8. Mulheres hipersensíveis

Têm as emoções à flor da pele, embora desprotegidas. São capazes de chorar aos ver um filme, emocionar-se ao ouvir uma história, envolver-se aos ler um livro. Não suportam a dor dos outros. Vivem intensamente, dão-se muito, entregam-se com facilidade. Preocupam-se com todos ao seu redor. Têm a sensação de que a vida é bela e breve e deve ser vivida com profundidade( q.b.).

Aspectos positivos. São as pessoas mais generosas, humanas e bondosas da sociedade. Muitas são incapazes de fazer mal aos outros. Frequentemente reconhecem os seus erros e pedem desculpas. Valorizam o seu carácter, a sua palavra e a sua imagem social. São éticas e responsáveis. Costumam preocupar-se muito com o meio ambiente e com o bem-estar social (q.b. depende). Muitas praticam a filantropia, pois para elas produzir felicidade é uma missão, uma fonte insondável de prazer.

Aspectos negativos. As mulheres hipersensíveis vivem a dor dos outros. Sofrem intensamente por problemas que ainda não aconteceram. Quando alguém as ofende, estraga o seu dia ou até a sua semana. são tolerantes com os outros, mas, às vezes, carrascos de si próprias. Não são poucas as vezes em que se castigam demasiado por erros que cometem. Por terem um baixo nível de protecção emocional, os estímulos stressantes invadem-nas com facilidade, o que as expõe ao desenvolvimento de alguns distúrbios psíquicos, como a depressão, a ansiedade e o pânico.

9. Mulheres histriónicas

Falam pelos cotovelos, são extremamente comunicativas e sociáveis. Falam muitos dos outros, mas têm com frequência dificuldade em falar de si próprias. Quando entram num local, a sua presença faz-se logo notar. Elevam o tom de voz, brincam com todos, contam histórias, movimentam o ambiente. Têm uma necessidade vital de estar em evidência. O seu Eu tem dificuldade em pôr-se no lugar dos outros, embora elas achem sempre que o fazem.

Aspectos positivos. Por incrível que pareça, há muitas mulheres com o perfil histriônico. longe de terem apenas aspectos negativos, elas possuem também notáveis qualidades. São frequentemente bem-humoradas, divertidas e animadas. Conseguem reverter a tristeza do espaço social e mudar a rotina do ambiente. São muito criticadas nos bastidores pelas mulheres analíticas, observadoras, «casulo» e autónomas, mas no fundo são muito queridas, inclusive por quem as critica. Costumam ser muito prestáveis e generosas e é frequentemente possível contar com elas em tempo de crises e angústias.

Aspectos negativos. As mulheres histriónicas preenchem todos os espaços sociais, não deixam os outros falar, participar ou manifestar-se. Elas têm de brilhar mais do que que os outros, embora algumas não percebam esse excesso de exposição. Têm a necessidade ansiosa de ser o centro das atenções sociais. Mesmo que sejam encantadoras, acabam por se tornar sufocantes. Inibem os seus companheiros com a mania de falarem por eles. Normalmente, quando elas estão presentes, eles calam-se. Inibem os filhos, não os estimulam a debater ideias, a expressar as suas opiniões, ainda que jamais o admitam. São mães-galinha, fazem tanto pelos seus filhos que acabam por os superproteger e não os preparar para a vida. Não raras vezes estes entram em choque com elas e não reconhecem o seu valor. As mulheres histriónicas tem dificuldade em trabalhar em equipa e em aceitar críticas. 

10. Mulheres dissimuladas

Desenvolveram ao longo do processo de formação da personalidade mecanismos sofisticados para disfarçar os seus sentimentos, pensamentos, intenções. o seu Eu tornou-se especialista em maquilhar não apenas o rosto, mas também a sua mente. Diferentemente das mulheres autónomas/transparentes, elas escondem os seus problemas e conflitos (por vezes é mesmo necessário). Mas tomam essa atitude não porque sejam falsas ou mentirosas, e sim porque são escravas do medo do que os outros pensam e dizem delas. É por isso que tentam proteger-se, embora a sua dissimulação não seja saudável. Falta-lhes uma base de janelas light na MUC e na ME para dar suporte ao relaxamento, à liberdade e à transparência. Grande parte das mulheres e dos homens tem uma generosa porção de uma mente dissimulada.

Aspectos positivos. Doseiam as suas emoções, são ponderadas e, ao contrário das mulheres histriónicas, não gostam de ser o centro das atenções sociais. Nem sempre as mulheres dissimuladas são «casulos», fechadas dentro de si, socialmente isoladas. Embora a sua história seja um túmulo  muitas vezes são comunicativas, boas conselheiras e gostam de ajudar os outros. Têm uma postura impecável socialmente, mas tanto em família como no trabalho, as pessoas conhecem bem a sala de visitas da sua personalidade.

Aspectos negativos. Nunca choram à frente dos outros. Não demonstram fragilidade. Nunca falam de si, nem partilham os seus sentimentos. Têm medo de reconhecer as suas dificuldades. Raramente pedem ajuda. Só apresentam sinais de que não estão bem quando atravessam um grave problema, o que as expõe a diversos distúrbios emocionais. Às vezes, escondem as suas dificuldades atrás de títulos académicos, da eloquência, do tom de voz ou da postura. São capazes de sorrir mesmo quando angustiadas. Detestam a solidão, mas vivem sozinhas no meio da multidão. Em casos graves, estas mulheres passaram por traumas na infância, como abuso sexual, privações, violência, perdas, humilhações públicas, que desertificaram áreas importantes da cidade da memória e geraram um medo dramático de revelar a sua intimidade. Quando entram em depressão, vêm-se completamente abaixo e acabam por abrir o livro da sua vida. Se educassem o seu Eu para se desarmar, seriam mais transparentes, menos apreensivas, mais descontroladas. Viveriam dias mais saudáveis e felizes.

11. Mulheres que se fazem de vítimas/conformistas

Proclamam em prosa e verso que são infelizes, incapazes, inábeis, impotentes. Quando são conformistas, demonstram uma passividade inaceitável perante a sua fragilidade, não têm ânimo nem garra para mudar a própria história. O seu Eu fica na plateia, observando os seus conflitos como mero espectador. Possuem bairros inteiros de janelas killer, tanto na MUC como na ME, que sustentam o seu sofrimento de impotência. Declaram de viva voz que não são compreendidas, valorizadas, aceites, mesmo que muitos em seu redor demonstrem afecto por elas.

Aspectos positivos. As mulheres que se fazem de vítimas/conformistas têm mentes complicadas, mas, ainda assim, possuem características positivas. Muitas são delicadas e generosas com os outros, embora não consigo próprias. Algumas são boas a aconselhar os outros, mas incapazes de se orientar. Costumam ser carinhosas e afectivas. São extremamente discretas, não chamam a atenção para si. Possuem uma aversão a escândalos. Raramente elevam o seu tom de voz nas relações sociais.

Aspectos negativos. Não lutam pelos seus sonhos. São acomodadas, passivas, inertes, apáticas. Culpam os outros pelos próprios infortúnios. Têm uma visão simplista da vida; não compreendem que o drama e a comédia, os risos e as lágrimas, acompanham a história de cada ser humano. Esquecem que a vida é um contrato de riscos. Têm um medo excessivo de falhar, passar por vergonhas, ser criticadas, por isso vivem na lama do conformismo. Dizem que não têm sorte na vida, que só lhes acontecem coisas más e o que é bom está reservado para os outros. Têm medo de se entregar sexualmente. Raramente acham que satisfazem o seu companheiro. Criam na sua memória uma imagem de um parceiro «perfeito» e irreal. Às vezes, são egoístas, reparando na sua dor e nunca na dor do outro. Têm relacionamentos conturbados, fortes no começo e desastroso no fim. Não assumem a sua responsabilidade pelo término da relação. Usam inconscientemente a habilidade para se denegrirem com o intuito de receber mais atenção dos que estão à sua volta, ou seja, para terem ganhos secundários. Apesar de todos estes defeitos, as mulheres que se fazem de vítimas/conformistas têm um grande potencial intelectual. Se\o usassem para equipar o seu Eu no sentido de serem autónomas, cativariam todos à sua volta e inaugurariam novos capítulos da sua história.

12. Mulheres dependentes

Não andam se não tiverem o companheiro ao lado, não falam se não tiverem apoio. Nem sempre se fazem de vítimas ou são conformistas, mas, mesmo que não se recriminam  também não constroem a própria história nem desenvolvem os seus projectos de vida. A sua principal marca é a insegurança. Têm tanto medo da perda quanto uma necessidade excessiva de atenção dos seus parceiros amorosos, filhos e amigos. Algumas mulheres dependestes ligam diversas vezes por dia para o companheiro, ou seja, são a alegria das empresas de telecomunicações. Perguntam a cada momento «se ele a ama», «porque não lhe dá atenção», «porque está indiferente».

Aspectos positivos. Costumam ser afectivas, dóceis, delicadas. Não são poucas as mulheres dependentes que se revelam sexualmente intensas, sedutoras, mas devem saber que, apesar de o prazer sexual ser importante, ele torna-se insuficiente para dar estabilidade à relação. Devem também ter consciência de que uma relação saudável não pode ser profunda se um dos membros vive na sombra do outro. O Eu destas mulheres precisa de ser educado para ser um agente activo dos seus sonhos. E dentre os seus maiores sonhos devem destacar-se a habilidade e a coragem para escrever a própria história.

Aspectos negativos. Algumas brilhantes mulheres observadoras, contemplativas, podem ter alguma dose de dependência. Se são excessivamente dependentes, perdem a sua identidade, esmagam a sua liberdade, o que as faz darem.se de maneira imatura e com um elevado grau de exigências. As mulheres dependentes têm um baixo nível de resiliência, não suportam perdas e frustrações. São demasiado frágeis para proteger o mais delicado terreno psíquico, a emoção. As pequenas dificuldades provocam nelas um grande impacto, por isso têm tendência para desenvolver distúrbios psíquicos. A dor da perda pode desencadear uma obsessão pelo companheiro perdido e culminar numa grande depressão. Adiam ou não elaboram os seus projectos de vida.

13. Mulheres autoritárias

São exigentes, reactivas, não deixam passar nada. São óptimas para dar ordens, mas péssimas para pedir. O seu Eu é impaciente, intolerante e pouco solidário. As mulheres autoritárias são em muitos casos ansiosas, pois querem tudo no momento e à sua maneira. Detestam ser contestadas. Desconhecem que os fracos agridem e os fortes abraçam (lindo!!). Têm a necessidade neurótica de ter sempre razão.

Aspectos positivos. Não existem mulheres autoritárias puras ou absolutas. Elas estão mescladas com vários outros tipos de personalidade que compensam alguns dos seus defeitos. Muitas são determinadas, ousadas, sabem o que querem. Se elas são pelo menos um pouco anal+íticas e observadoras, produzem respostas brilhantes em situações stressantes. Quando cultas e disciplinadas, são capazes de liderar grupos em situações críticas.

Aspectos negativos. As mulheres autoritárias são tensas, não sabem relaxar, soltar-se, curtir a vida- São dominadoras, controlam os filhos, os maridos, os amigos, os colegas de trabalho. Mesmo com boas intenções, passam por cima dos outros com as suas palavras e gestos. Se, além de autoritárias, são impulsivas, não é fácil conviver com elas, pois tornam-se explosivas em momentos de tensão (ui, fujam da Essência! Risos).
Por vezes transformam as pessoas que amam em seus criados. E, ainda que tenham uma consciência parcial dos seus erros, defendem com unhas e dentes as suas «verdades» e os seus «conceitos». A argumentação excessiva com que se defendem reflecte o medo neurótico de reconhecer a sua fragilidade, de ser apenas um ser humano e, como tal, imperfeito. Se diariamente desenvolverem uma mente analítica, autónoma e contemplativa, poderão depois de muito esforço formar plataformas de janelas light que desenvolverão as funções mais complexas da inteligência, como pensar antes de agir, expor e não impor as suas ideias, proteger a sua emoção (o importante é aprender com os erros cometidos.).

14. Mulheres que pensam demasiado/ansiosas

As mulheres que pensam de mais são agitadas, inquietas, não sabem desligar. A sua ansiedade é intensa, não lhes é permitido relaxar, descansar, cuidar da sua qualidade de vida. Preocupam-se em excesso, sofrem por antecipação e não poucas as vezes ruminam o passado. São máquinas de actividades, vivem para trabalhar e não trabalhar para viver.

Aspectos positivos. Costumam ser as melhores profissionais do mercado. Portanto, são óptimas para os seus empregadores, embora sejam péssimas para si próprias. Quando executivas ou profissionais liberais, são frequentemente proactivas, tomam a iniciativa, são dinâmicas, criativas. Adoram provocar a mente dos outros nas reuniões de trabalho, são grandes líderes, embora algumas vezes atropelem os seus pares. Detestam o comodismo, tem interesse em aprender e em reciclar-se. Algumas gostam muito de ler e estudar. Revelam um elevado nível de comprometimento profissional, Não trabalham apenas por dinheiro, mas pela realização profissional.

Aspectos negativos. São escravas da ansiedade. Quando possuem um pensamento muitíssimo agitado, ninguém consegue acompanhá-las. Costumam estabelecer um elevado padrão de exigência e esperar que as pessoas que lideram também sejam máquinas de trabalhar. As suas mentes brilhantes tem dificuldade em suportar pessoas passivas ou conformistas. Detestam a rotina e a vulgaridade.   Depois de dois ou três  dias de férias, a sua ansiedade não diminui; pelo contrário, aumenta tanto que querem voltar ao trabalho, pois só se sentem vivas se tiverem problemas para resolver.
Estas mulheres possuem a síndrome do pensamento acelerado: acordam fatigadas, têm noções flutuantes (num momento estão tranquilas: no seguinte, irritadiças), são impacientes, têm um baixo limiar de resistência às frustrações, o seu sono é constantemente interrompido. Também são muitas as que sofrem de dores de cabeça, dores musculares, queda de cabelo, taquicardia e outros sintomas psicossomáticos. E um dos sintomas mais comuns é o  esquecimento. Este défice de memória não é um problema em si, resultando antes da acção do cérebro perante um Eu que não desacelera a mente. Ele desliga algumas janelas da memória para pensar menos e poupar mais energia.

O ideal seria associar uma mente autónoma a uma analítica, uma contemplativa a uma proactivas e moderadamente pensativa. Mas, mais uma vez afirmo, não existem mulheres perfeitas e muito menos homens perfeitos. As mulheres inteligentes não desistem, constroem-se; não desanimam, encorajam-se; não se diminuem, resgatam a sua autoestima.
Para algumas mulheres, as lágrimas são apenas gotas expulsas de olhos intimidados; para outras, são pérolas que se apresentam no palco do rosto e desenham um novo traçado na sua história.

Olhe-se ao espelho da sua mente. E, olhando-se não tenha medo de se observar. E, observando-se, seja autónoma e reconheça os seus defeitos. E, reconhecendo-se, seja analítica, não se castigue nem se diminua. Esteja sempre pronta para recomeçar. E, recomeçando seja contemplativa, transforme o pouco em muito. Deste modo, tornar-se-á autora da sua própria história.


Fascinante como encontrei um pouco de mim em alguns itens aqui descritos, sim.

9 comentários:

  1. Li tudo até ao fim e parece-me um livro interessante.

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  2. Gosto deste tipo de livres, dá para fazermos uma análise de nós mesmas.

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  3. Li atentamente e, resumindo, o "meu eu" será uma mescla de quase todas. Mas, definitivamente, não me revejo nas carcterísticas mencionadas nos n.ºs 5, e 10 a 14. Para o bem e para o mal.

    :)
    Beijo

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  4. Revejo-me nos pontos 2,4,6,7,8,10,14.

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  5. O texto está muito bem sublinhado! :)

    beijo
    Sutra
    P.S.: Sabes que há uma versão do livro para homens?!

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  6. Gostei deste post. Mas é dificil avaliarmo-nos a nós mesmas, penso eu.

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  7. Beeeemmm, também me revi nalguns trechos sublinhados para ti....parece-me ser um bom livro para se ler como forma de introspecção e auto-análise, o que acho muito saudável por estarmos em permanente mudança (muito mais interior do que exterior, sublinho) ao longo das nossas vidas...
    Beijocas nossas ;)

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  8. Leitor,

    :D

    NI,

    Muito bem senhora NI. :D

    Inês,

    ;)

    Sutra,

    Não há. Mas os homens podem ler o livro. Não se vão arrepender, garanto! ;)

    O Blog da S.,

    Humm... não concordo. Até porque se não nos soubermos avaliar. Se não soubermos detectar o lado positivo e negativo de nós mesmas, como conseguimos lidar com os outros? ;)

    Karochinha,

    Lê, aconselho. O livro tem o preço bastante acessível. ;)

    Kiss

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  9. Inebriante: encaixo-me no 7 e 8, além de outros pontos que tu destacaste.
    Perfeito este final que sublinhaste.


    As mulheres inteligentes não desistem, constroem-se; não desanimam, encorajam-se; não se diminuem, resgatam a sua autoestima.
    Para algumas mulheres, as lágrimas são apenas gotas expulsas de olhos intimidados; para outras, são pérolas que se apresentam no palco do rosto e desenham um novo traçado na sua história.



    Nesta fase da vida estou a passar pelo não desistem, constroem-se, não desanimam, encorajam-se e , acima de tudo esta "resgatam a sua autoestima".


    Obrigada. Foi bom ler(te).

    :)



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"Eu não escrevo em português. Escrevo eu mesmo".♥ - Fernando Pessoa

A essência que queres partilhar comigo é?...