Penso que, não há ou não deveria de haver necessidade para tal, de todo!

De sobrolho levantado é como fico, assim como são engraçados os pensamentos que me invadem a mente quando leio ou oiço por aí «eu sou feliz!».

Não que essa pequena e forte frase me faça alergia, não. O que mais desejo é que o universo seja imensamente feliz! Mas no entanto, e apesar dos meus desejos, o certo é que automaticamente questiono-me: porquê que a pessoa só porque sim - ou não - tem a extrema necessidade de gritar aos quatro ventos, escrever como se não houvesse amanhã que é feliz? Será que efectivamente o é? Ou será que está a enganar-se a si própria e a quem a ouve ou a lê? Estas questões todas não se calam nos meus dedos, porque de facto, sou da opinião que não precisamos mostrar que somos felizes. Não precisamos de dizer que somos felizes - porque efectivamente, quando o somos, verdadeiramente, isso passa pelo olhar, pelos gestos, pelo sorriso, até pelo andar se passa. Emana-se uma áurea invulgar, e quem está de fora, a observar, sente. Perante tal fluidez de estado, as palavras destoam, corre-se o risco de parecerem ocas, exibicionistas, vãs, desnecessárias -. Não precisamos de abanar o consciente disso mesmo. Não precisamos, simplesmente. Ou melhor, não deveríamos de precisar. Porque quando se sente essa necessidade, é porque de facto, algo está errado nessa moldura onde se intitula de felicidade. 

Assim como as fotos. Aquelas, onde supostamente estão estampadas um quadro feliz.