sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

7 de Dezembro


Hoje foi o dia em que atirei aquelas rosas. Não foi este o dia em que foste, mas foi o dia em que atirei aquelas rosas. Só tenho em mente o dia, não os anos que passaram. Isso apaguei. Quis apagar. Deixei simplesmente de contar os anos. Não vale a pena quando a falta física é colmatada com o reconforto da sensação de aconchego de se sentir sempre perto. Sempre connosco. Sempre ali, a todo o segundo. Sim, é isso que sinto. Sempre acompanhada. Num momento de aflição, és a primeira pessoa que penso. Sinto um verdadeiro alento à lacuna que se instalou. Mediante o diálogo, o toque, o cheiro, o contacto visual. Os momentos ainda estão em cores vivas na minha mente. O teu rosto também. Sei que daqui a muito, muito tempo corro o risco de isto tudo ir-se esbatendo. Dói só de imaginar. Dói de imaginar que os momentos possam ir com o tempo. Dói. No entanto, a única certeza que tenho, isso sim, é que o amor que sinto, por mais esbatida que possa estar o rosto, as recordações, este amor sentirei sempre no meu coração. Deixei simplesmente de contar os anos.